Por Altamiro Borges
O jornalista Josias de Souza, sempre bem enturmado no ninho
tucano, dá hoje (25) uma notícia bombástica em seu blog na Folha:
"A pregação de Serra em favor da realização de prévias
no PSDB não orna com os movimentos que ele executa longe dos refletores. Na
boca do palco, Serra disse que, dependendo das regras, pode medir forças com
Aécio Neves. Atrás das cortinas, Serra instou o senador paranaense Alvaro Dias
a deixar o PSDB junto com ele para compor sua chapa presidencial na posição de
vice".
Ainda segundo o blogueiro, "Serra comunicou seu desejo
a dirigentes do PPS, partido que se dispõe a recepcioná-lo". Na
quarta-feira passada, ele se reuniu com o senador, que está rompido com o
governador paranaense Beto Richa. De há muito que se especula que Alvaro Dias
deixaria a sigla. Se a informação de Josias de Souza estiver correta, ele agora
saíra da legenda para compor a chapa presidencial com outro
"dissidente", José Serra. A iniciativa poderá causar a implosão do
PSDB.
As bicadas entre os tucanos estão cada vez mais sangrentas.
Em entrevista ao jornal paranaense Gazeta do Povo, também neste domingo, Alvaro
Dias criticou as manobras de Aécio Neves para inviabilizar a candidatura do
ex-governador paulista. "Anunciar a realização de primárias [no PSDB]
agora soa falso. Fica a impressão de uma encenação, porque houve uma inversão
do processo. As primárias deveriam anteceder o nome do candidato... Isso não
convence as pessoas lúcidas".
Na outra ponta, o ex-presidente nacional do PSDB, o deputado
pernambucano Sergio Guerra, em entrevista à rádio JC/CBN, também trata de
descartar as prévias e já desqualifica o novo dissidente. "Não há duas
candidaturas, mas só uma. Para disputa prévias um postulante tem de ter o apoio
de pelo menos 30% dos filiados. José Serra não tem 3%... Não tem apoio nas
bases, nos deputados, vereadores, senadores, nas lideranças. Em todos os
Estados não há um agrupamento que defenda a candidatura do Serra. A não ser
para alguns amigos dele de São Paulo, que não são tantos.”
Diante deste cenário desastroso, Josias de Souza alfineta em
outra nota: "No PSDB, o axioma 'a união faz a força' já virou poesia.
Poesia abstrata. O partido caminha para sua quarta disputa presidencial pós-FHC
disposto a provar que é errando que se aprende. A errar. Especializado na briga
consigo mesmo, o tucanato agora gira como parafuso espanado ao redor das
prévias".
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