Esta foi a primeira leitura do ex-presidente Lula, feita num
encontro com aliados políticos, sobre o impacto da aliança entre Eduardo Campos
e Marina Silva; segundo ele, ex-senadora abriu mão de seu capital político para
ser vice de um candidato que aparece abaixo dela nas pesquisas; Lula e Dilma
também conversaram a respeito e previram turbulências no PSB, com pressões
futuras para que Marina venha a ser a candidata, no lugar de Campos
247 - Num encontro de cinco horas, que reuniu várias
lideranças do PT, ontem em São Paulo, o ex-presidente Lula fez suas primeiras
análises sobre a aliança entre o governador pernambucano Eduardo Campos e a
ex-senadora Marina Silva.
Considerado surpreendente, o pacto foi visto por Lula como
uma decisão que, segundo relatos dos presentes, "engrandece" Campos,
mas "acrescenta pouco" a Marina (leia aqui o relato da reunião feito
pela Folha). Em outras palavras, enquanto o governador pernambucano cresceu,
Marina se apequenou, na visão de Lula.
O ex-presidente se referia especificamente ao fato de Marina
abrir mão de seu capital político – de 16%, no Ibope, a 26%, no Datafolha, das
intenções de voto – e entregá-lo a uma candidato que aparece abaixo de 10% nas
pesquisas. Nas últimas sondagens, Campos tinha, no melhor cenário, 8%.
No entanto, a aliança Campos-Marina quebra a lógica que
marcou as últimas eleições presidenciais vencidas pelo PT, quando se fez a
comparação entre governos petistas e tucanos. "A campanha não será mais em
torno da memória dos governos de Lula e FHC, mas uma disputa sobre o
futuro", disse o governador gaúcho Tarso Genro, chancelando, na prática, o
discurso do próprio Eduardo Campos e de Marina, que defendem o fim da
polarização entre PT e PSDB.
A aliança também foi debatida em outra conversa entre o
ex-presidente Lula e a presidente Dilma. Os dois previram turbulências no PSB,
uma vez que as pesquisas continuarão a ser feitas com Marina Silva sendo
incluída em alguns cenários. Como ela tende a aparecer à frente de Campos, ao menos
nos próximos meses, o PSB será pressionado a adotar o "Plano M", como
informa Vera Magalhães, no Painel:
Plano M
Dilma Rousseff e Lula conversaram no fim de semana sobre o
novo cenário político após a ida de Marina Silva para o PSB de Eduardo Campos.
Segundo interlocutores do Planalto, a avaliação de ambos é que a ex-senadora
deve continuar à frente do governador de Pernambuco nas pesquisas, o que levará
a uma pressão para que seja ela a candidata a presidente. Tanto que as
pesquisas encomendadas pelo PT continuarão testando seu nome como
presidenciável, além do de Campos.
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