Por Dedé Rodrigues.
O resultado do leilão de libra foi bom ou ruim para o Brasil?
"O resultado do leilão realizado nesta segunda-feira aponta
justamente na direção da defesa da soberania e do desenvolvimento nacionais. Em
primeiro lugar, prevê os recursos do pré-sal, já aprovados, para educação e
saúde. Serão mais de um trilhão de reais (15 bilhões na assinatura do contrato,
270 bilhões em royalties e 736 bilhões a título de excedente do óleo sob o
regime de partilha) em 35 anos! Uma riqueza imensa que permitirá ao Brasil um
salto de qualidade na melhoria das condições de vida do povo e incrementar seu
desenvolvimento industrial e tecnológico. Serão produzidos aqui equipamentos,
máquinas, tecnologia e serviços necessários para a extração e processamento do
petróleo, um impulso gigantesco à indústria brasileira."
O resultado do leilão de Libra foi positivo para o Brasil
“O leilão de Libra representa um marco na história do
Brasil”, comemorou a presidenta Dilma Rousseff nesta segunda-feira (21), depois
da realização do leilão do gigantesco campo de petróleo.
A presidenta tem razão. O início da exploração de Libra
aponta para uma etapa nova no desenvolvimento brasileiro. A partir de agora, o
pré-sal passa a ser explorado sob as regras do novo marco regulatório do
petróleo, aprovado em 2010.
Como todo acontecimento dessa envergadura, a exploração do
petróleo sob as novas regras suscita controvérsia e debate. No seio do
movimento progressista e patriótico, no qual atuam as entidades sindicais e
populares e os partidos de esquerda, surgiram polêmicas relacionadas com a
preocupação de todos de defender a soberania nacional. Um setor, alinhado com
as posições do governo, apoia o modelo de exploração e remuneração adotados
pelo Brasil para o pré-sal, o chamado sistema de partilha. Outra posição, a
título da defesa da soberania do país e do fortalecimento da Petrobras,
criticou o leilão por identificar neste método riscos potenciais à autonomia
econômica do país e à empresa que melhor representa e simboliza o esforço
nacional no setor petrolífero, a Petrobras. A experiência prática, a partir dos
resultados positivos do leilão do campo de Libra, ajudará a tornar essas
posições convergentes.
A principal polêmica deu-se com posições conservadoras e
privatistas, encabeçadas pelos tucanos e os analistas ligados a eles na mídia,
que condenam a forma de remuneração, que rompe com as tradicionais concessões
de caráter privatista em favor das empresas petrolíferas estrangeiras. Os porta-vozes
dessa posição foram os pré-candidatos do PSDB à Presidência da República, Aécio
Neves e José Serra.
Também os pré-candidatos do PSB, Eduardo Campos e Marina
Silva, criticaram duramente o governo, pedindo inclusive mudanças no modelo de
partilha, no que foram refutados pela presidenta Dilma, que assegurou a sua
continuidade.
Estas críticas dos quatro pré-candidatos oposicionistas são
antagônicas às posições defendidas pelo governo e se identificam em maior ou
menor grau com interesses alheios ao desenvolvimento nacional. Foi por esta
razão que no pronunciamento que fez à nação na noite da segunda-feira a
presidenta da República combateu energicamente estas posições e afirmou a
determinação patriótica de defender o uso do petróleo e do gás para fomentar e
impulsionar o desenvolvimento do país e o bem-estar dos brasileiros.
O consórcio vencedor do leilão assegura o respeito à
soberania nacional e aos interesses brasileiros. Nele, as empresas privadas
estão em minoria (40% ficam com as petroleiras Total, francesa, e Shell,
anglo-holandesa), e prevalecem as estatais (a Petrobras ficou com 40% e as
chinesas NPD e CNOOC com 20%). Este arranjo garante a soberania nacional. Mesmo
porque o novo marco regulador do petróleo assegura à estatal criada para
administrar essa riqueza, a Pré-Sal Petróleo S.A., a metade dos votos no comitê
gestor de cada campo e papel decisivo na tomada de decisões estratégicas
fundamentais, sobretudo aquelas que envolvam o interesse nacional.
A direção nacional do Partido Comunista do Brasil havia
chamado a atenção, no domingo (20), através da nota “Explorar, com soberania, o
pré-sal e aplicar sua riqueza no desenvolvimento do Brasil”, para o fato de que
o centro da controvérsia em torno deste leilão reside na defesa “da soberania
nacional sobre o pré-sal, fabuloso patrimônio petrolífero da nação”,
assegurando a promoção do desenvolvimento, “resguardando a soberania nacional,
a qualidade do serviço e os direitos dos trabalhadores”. E pedia: sua
exploração, nestas condições, “deve ser iniciada o mais rápido possível”.
O resultado do leilão incorpora aqueles objetivos. Haroldo
Lima, membro da direção nacional do Partido e ex-presidente da Agência Nacional
do Petróleo (ANP), assegura que o leilão foi uma “vitória para o Brasil e para
os brasileiros”. O país vai começar a explorar o campo de Libra, disse, sob um
contrato extremamente vantajoso, “que resguarda inteiramente a soberania
brasileira e dá ao povo brasileiro subsídios concretos para serem usados em
benefício de seu desenvolvimento social, político e econômico”.
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