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A quadrilha infiltrada na prefeitura de São Paulo, que
desviou cerca de R$ 500 milhões, o valor de cinco ou mais
"mensalões", se reportava ao secretário Mauro Ricardo; este foi
indicado ao prefeito Gilberto Kassab por José Serra; no entanto, tanto Kassab
quanto Ricardo colocaram panos quentes em investigações sobre o patrimônio dos
fiscais; diante disso, a pergunta: se a teoria do domínio do fato, usada para
condenar José Dirceu na Ação Penal 470, fosse aplicada a Kassab, ao secretário
e a Serra, eles seriam condenados?
9 de Novembro de 2013 às 17:29
247 - Uma quadrilha onde seus principais integrantes desviam
cerca de R$ 500 milhões dos cofres públicos, valor equivalente ao de quatro ou
cinco "mensalões", dificilmente passa despercebida. No escândalo da
prefeitura de São Paulo, apenas os fiscais chefiados por Ronilson Bezerra
acumularam patrimônio imobiliário superior a R$ 80 milhões. Chamaram tanta
atenção que foram alvo de investigações internas da controladoria do município,
ainda na gestão de Gilberto Kassab. Quando isso aconteceu, tanto o secretário
de Finanças, Mauro Ricardo, como o próprio prefeito Kassab colocaram panos
quentes – Kassab teria até sugerido o arquivamento do caso (leia mais aqui).
Como se sabe, Mauro Ricardo foi nomeado secretário por ordem
direta do ex-governador e ex-prefeito José Serra. Segundo o jornalista Luis
Nassif, ele se reportava ao tucano – e não ao prefeito Kassab (leia aqui).
Outro influente jornalista, Paulo Nogueira, do Diário do Centro do Mundo,
levantou uma questão importante diante da sucessão de fatos que têm vindo à
tona no escândalo paulista: e se, em vez de José Serra e Gilberto Kassab,
estivéssemos diante de um secretário indicado, por exemplo, por José Dirceu?
Qual seria o comportamento dos meios de comunicação? (leia aqui).
O ponto é: desde que José Dirceu foi condenado a dez anos de
prisão na Ação Penal 470 em razão da chamada teoria do "domínio do
fato", segundo a qual não é crível que um superior hierárquico não pudesse
saber de coisas que ocorreriam numa determinada organização, será que o mesmo
critério pode ser aplicado a Mauro Ricardo, José Serra e Gilberto Kassab? É
razoável imaginar que um elefante de R$ 500 milhões não pudesse ser visto pelo
secretário e pelos dois ex-prefeitos?
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