Presidenta faz sucesso conversando com a população na rede
social, mas Secom e assessorias não podem deixar população sem satisfação
por Helena Sthephanovitz
A presidenta Dilma Rousseff marcou um gol ao falar
diretamente com a população, respondendo perguntas no Facebook, no que chamam
de relacionamento FaceToFace. Ela já havia feito esse diálogo com êxito durante
a aprovação do Marco Civil da Internet.
É interessante ver que a grande maioria das perguntas é de
gente interessada tanto em melhorar a vida individualmente, como de quem pensa
em um projeto para o país. Notam-se poucos casos de "trolls", aqueles
que buscam espaço apenas para fazer proselitismo político.
E esse diálogo direto dá retorno para fazer ajustes nas
políticas públicas. Por exemplo, muita gente, apesar de estar no Facebook,
ainda pergunta como se informar sobre os cursos que existem em sua cidade e
quais os requisitos para participar. Boa parte dessas informações pode ser
consultada na própria internet, no site do Pronatec, programa que fornece os
cursos de formação.
Há casos também de pessoas reclamando de atraso no
recebimento da ajuda de custo para transporte e alimentação. Coisa que os
gestores ou conveniados do programa precisam resolver.
Outros questionam quando haverá cursos em especialidades de
seu interesse próximos a cidade onde moram. Mesmo os que não são público-alvo
do programa têm curiosidade de saber sobre os resultados produzidos.
Muitos participantes – que fizeram ou fazem cursos – surgem
com comentários elogiosos, assim como existe quem reclame de um ou outro curso
ter ficado aquém das expectativas.
Algumas situações só aparecem quando casos excepcionais vêm
à tona, como o da jovem Tatiana, moradora de Valparaiso de Goiás, que conseguiu
matricular-se num curso no Gama (DF). Apesar de serem cidades vizinhas, o
transporte é interestadual, portanto não há passe livre para estudantes do
Pronatec, a exemplo do que ocorre para quem mora dentro do Distrito
Federal. Ela pede uma solução para
conseguir pagar o deslocamento e comparecer as aulas.
Isso, apesar das complicações burocráticas, é um problema
pequeno para os orçamentos, seja do município, dos estados ou da União, mas que
não pode ficar sem solução. A pessoa não
pode deixar de melhorar de vida via qualificação profissional por não ter
dinheiro para uma passagem. A pergunta de Tatiana ainda não tinha sido respondida
até a noite de ontem (8).
Naturalmente, uma presidenta da República não
consegue responder a centenas de perguntas, ainda que a maioria seja
interessante e pertinente. Também não pode ficar o tempo todo no Facebook.
Porém, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a assessoria do
Ministério da Educação e outros órgãos envolvidos não podem deixar as perguntas
importantes em aberto ou os problemas sem encaminhamento. Ainda que a resposta
esclareça que vem de assessoria, as expectativas de quem se animou com o
"FaceToFace" não será frustrada. Dessa forma, não restará a sensação,
nos participantes, de que problemas como o de Tatiana foram ignorados. Nada
como o retorno dos cidadãos para melhorar políticas
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