Por Miguel do Rosário
Foto do doleiro no hospital, passando muito bem.
Lembrando: o doleiro Alberto Youssef operou para as
campanhas de FHC e Serra. E lavou dinheiro para Fernandinho Beira Mar.
Não é nenhum santo. Seu advogado é ligado aos tucanos do
Paraná.
Sua credibilidade é zero.
Os boatos sórdidos sobre sua morte tem como objetivo lembrar
as acusações mentirosas veiculadas pela revista Veja.
Os jornais divulgam que “ele passa bem” e aproveitam para
repetir as mentiras supostamente ditas por ele.
Abaixo, um artigo do Paulo Moreira Leite sobre o dia de
hoje.
*
GOLPE MIDIÁTICO EM PLENO CURSO DA ELEIÇÃO
26 de outubro de 2014
por Paulo Moreira Leite, em seu blog
Na hora da votação, a última tentativa para impedir vitória
de Dilma, a frente em todas as pesquisas
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Os 140 milhões de eleitores brasileiros sairão de casa,
hoje, para escolher quem irá governar o país pelos próximos quatro anos.
Deveria ser um dia de festa. Não será e todos nós sabemos por que. A vontade da
maioria está sob ataque.
O pais vota em pleno curso de um golpe midiático, num
esforço sem paralelo para interferir no resultado das eleições desde a
democratização.
É preciso retornar a 1989, quando vários golpes sujos —
inclusive o depoimento comprado de uma ex-namorada — e um rumor absurdo e
criminoso, divulgado nos últimos dias — a participação de petistas no sequestro
do empresário Abílio Diniz –para se chegar a um exemplo semelhante.
Não custa recordar: empossado sem a legimitidade necessária,
num país indignado após tamanha trapaça com seus direitos mais sagrados, o
candidato vitorioso naquele pleito, sem base social real, sem apoio político
consistente, foi afastado do cargo por impeachment, dois anos depois.
Imagine quantos compromissos obscuros, quantos acertos sob a
mesa precisava esconder, quantos favores pode cobrar pelo serviço prestado de
impedir uma vitoria de Luiz Inacio Lula da Silva na primeira eleição direta
após o fim da ditadura.
O golpe de 2014 envolve cuidados mais profissionais, porém.
Estamos falando hoje de um país onde os trabalhadores e a população pobre, que
formam sua maioria, conquistaram o direito de colocar um representante de seus
interesses no Planalto, coisa que raramente aconteceu em 500 anos de história,
jamais por 12 anos consecutivos.
A revista de maior circulação do país divulga uma denuncia
que seus repórteres, os editores, o próprio delator admitem que não são capazes
de provar — e que o advogado de quem acusa desmente. Se em 1989 apareceu uma
camiseta do PT em interrogatórios conduzidos sob tortura mais bárbara, 25 anos
mais tarde o que se emprega é a delação premiada, a promessa de tirar da cadeia
um doleiro que já mentiu outras vez, ameaçado de penas que somam 100 anos. É
pegar ou largar, você sabe, todo mundo entende — mas, quando é necessário, os
interessados fecham os olhos. Não querem a verdade. Não querem apurar nem
conferir. Querem um “ouvir dizer” que possa dar uma manchete, possa ganhar
votos pela confusão, pelo medo. Não é preciso revelar fatos. Como nas piores
ditaduras — isso vem da Inquisição — basta uma confissão simulada.
Por isso mesmo o caso é divulgado com grande estardalhaço
pelos principais veículos de informação, que há anos se empenham,
assumidamente, declaradamente, em proteger uma oposição ” fraquinha” como disse
uma de suas lideranças mais expressivas, em 2010, falando em nome da Associação
dos Jornais.
Institutos de pesquisa de credibilidade duvidosa soltam
números sem menor relação com qualquer critério cientifico, aferível, ajudando
a criar o clima de incerteza e dúvida. Sua função é alimentar o discurso ”
contra as pesquisas” necessário nessas horas.
Oscilações naturais em levantamentos desse tipo são
superdimensionadas. Decisões da Justiça são afrontadas. Ao acusado não se
garantiu nem se garante qualquer coisa que seja comparável ao direito de se
defender. O direito de resposta demora a ser reconhecido e é publicado sem os
devidos cuidados.
Os anais da democratização registram uma campanha na qual um
pequeno jornal de periferia divulgou a tese de que Fernando Henrique Cardoso
era “maconheiro.” O titular do jornal era conhecido pelo apelido de
Marronzinho. FHC foi acusado de maconheiro porque havia admitido, em entrevista
a revista Playboy, que havia experimentado fumar maconha, uma vez. O material
foi apreendido — em clima de grande indignação por causa da acusação sem prova
contra um político considerado tão digno, tão educado, tão culto, que não podia
ser tratado como um drogado. Não podia perder votos por causa de uma baforada,
mesmo com uma mercadoria ilegal. Você entendeu, né?
Em 26 de outubro de 2014 o Brasil assiste à “guerra,” à
“batalha final” pelo controle da sétima maior economia do mundo, por um
“mercado de 200 milhões de almas”, para reproduzir as palavras em tom imperial
do Financial Times. Vale-tudo mesmo para o pensamento imperial, que abriu
caminho pela História com fuzis, balas de canhão e planos de colonização
economica, não é mesmo?
O radicalismo conservador, seu ódio, cumprem este papel,
alimentam o medo.
Querem convencer espíritos frágeis de que derrota de Dilma
só erviria para acalmar o monstro. Por isso batem e ameaçam bater. Divulgam
mentiras que todos sabem que são mentiras — para claro que não tem escrúpulo
algum, não se constrangem diante de nada.
É exatamente isso que o monstro quer. Não consegue vencer
pelo debate democrático. Quer ganhar pelo terror.
Já emplacou um congresso com a maior fatia conservadora em
décadas. Imagine o que vai sobrar do país, se a mesma orientação chegar a
presidência. Não teremos nem destroços.
O que está em jogo não é minha opção política, nem a sua. É
saber se a vontade da maioria será respeitada. A comparação com o golpe
midiático que ajudou a eleger Collor tem limites, porém.
Há 25 anos, Lula não havia chegado a liderar nenhuma
pesquisa de opinião. Ficara próximo de um empate, no máximo.
Em 2014, o condomínio de poder que chegou ao Planalto com
Lula, em 2002, caminha democraticamente para sua quarta vitória consecutiva.
Lula é o presidente mais popular da história e a aprovação a gestão Dilma subiu
nos ultimos dias da campanha. Ela foi melhor em todos os debates do segundo
turno. Lidera a campanha além da margem de erro ou, após o golpe midiático, em
seu limite máximo– estatiscamente irrelevante.
Desmobilizado e de guarda baixa nos últimos anos, ao
contrário do que ocorria há um quarto de século, o Partido dos Trabalhadores
colocou-se de pé nas últimas semanas. Recuperou o voto de grandes parcelas da
juventude.
Essa situação cobra uma desfaçatez maior de quem pretende
dobrar a vontade da maioria por meios ilegítimos e ilícitos, como sustentam
vários advogados, inclusive em artigo publicado aqui neste espaço. Exige mais
truculência. Um grau maior de cinismo. Apoio cúmplice e muitos olhos fechados.
Dilma liderou a campanha presidencial por todo o tempo,
salvo breves intervalos onde ocorriam eventos típicos de arrumação de toda
disputa eleitoral — como a aparição de Marina Silva após a morte de Eduardo
Campos, a subida de Aécio Neves no início do segundo turno, depois de ter
amargado um humilhante terceiro lugar por meses.
No dia 26 de outubro 2014, a eleição será disputada voto a
voto, urna a urna, como já perceberam milhares de cidadãos que, convencidos da
trama que se constrói nos últimos dias e resolveram reagir, como se viu nas
dezenas de atos em apoio a Dilma nos últimos dias.
A lei do silencio pré-eleitoral devolveu o país ao seu
assombroso sistema de pensamento único da mídia, essa forma de ditadura civil
que permite operações à sombra e tramas invisíveis contra a soberania popular.
Essa é a “guerra”, “a batalha final”, de hoje.
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