Marcelino Granja disse que decisão foi impensada e que novo Governo é é
ilegítimo, impostor e acima de tudo uma manobra parlamentar
Por Roberta Patu qui,
12/05/2016 - 20:07
Uma
das principais mobilizações e reivindicações, da classe artística, no Estado de
Pernambuco são os incentivos e as políticas públicas em prol da cultura. Após a
confirmação de que o Ministério da Cultura seria aglutinado ao de Educação e
liderado pelo deputado federal Mendonça Filho do partido do Democratas (DEM),
houve vários relatos de insatisfação e inclusive uma nota de repúdio dos
secretários estaduais contra a decisão do atual presidente interino Michel
Temer (PMDB) .
Em
entrevista ao Portal LeiaJá, o secretário de cultura de Pernambuco,
Marcelino Granja relatou que a decisão foi extremamente impensada e assume um
retrocesso drástico para as políticas públicas voltadas para a área. “Nossa
posição é de total repúdio à decisão do Temer e avalio que isso é um retrocesso
às conquistas que tivemos. Além disso, mostra ainda mais, a ausência de visão
do novo Governo e uma ameaça para a Cultura”, criticou.
Segundo
o gestor da pasta, Granja ressaltou as mudanças nos últimos anos e também
relatou as expectativas com a mudança. “Tivemos um desenvolvimento muito
positivo nos últimos anos na área da política, com a criação do Minc, que
sempre desenvolveu projetos e ações humanistas. Porém, com a fusão dos
ministérios da Cultura e Educação, as expectativas são as piores possíveis”,
previu.
Conforme
o gestor Marcelino, o impeachment desencadeia uma desestabilização econômica
drástica e que afetará consequentemente todas as áreas. “Disseram que o
processo de impeachment não seria doloroso, mas isso é inevitável e refletirá
diretamente na economia e na lógica de desenvolvimento de todo o sistema”,
afirmou o líder da pasta, que ainda acrescentou, “a oposição à presidente Dilma
agravou ainda mais a instabilidade do País. Além disso, o Governo de Temer é
ilegítimo, impostor e acima de tudo uma manobra parlamentar, porque ela não
cometeu nenhum crime”, falou.
Quanto
à perspectiva e reivindicações da classe artística do estado, ele alertou,
“todos as mobilizações culturais sempre foram marcadas por muitas lutas e isso
não vai mudar, acredito que a tendência é aumentar com a fusão dos ministérios.
Uma vez que, já é difícil convencer a sociedade e o governo de investir na
cultura, imagine com a ‘extinção’ de uma pasta específica?”, indagou e
finalizou dizendo, “o que vamos fazer é lutar”, concluiu.
Confira a carta de repúdio à fusão dos ministérios
da Cultura e da Educação, publicada pelo Fórum Nacional dos Secretários e Dirigentes Estaduais de Cultura.
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