sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Espaço da Poesia

Cinco horas da tarde mãe fervia
Um café lá no nosso casarão
Aromático o café “morto” em pilão
Visitava os dez vãos da moradia.
Mesa posta, família e alegria
Mãe servia o café com brevidade,
Foi-se tempo e esse cheiro ainda invade
Feito nódoa do tempo que não sai
Cai à tarde, o sol desce, o dia vai
Nasce à noite no colo da saudade.

 
Quando a noite embriaga o peito inerte
E o breu da saudade invade a mente,
A tristeza arremeda o adeus pungente
Solidão conta as horas, se diverte.
Quando o germe da dor, do olho verte
A angústia se esvai e me alforria,
O soluço do pranto silencia
E o cansaço me cobre com seu manto
Eu só durmo com doses do meu pranto
Feito um ébrio de amor sem poesia.

Poeta Lima Júnior – Tuparetama/PE

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