quarta-feira, 13 de março de 2013

AS TEORIAS SOCIOLÓGICAS E AS EXPLICAÇÕES SOBRE O CAPITALISMO


          Por Dedé Rodrigues             
A Sociologia surge no século XIX devido às contradições com o advento do sistema capitalista. Ela nasce com o objetivo de explicar a complexidade desse modelo social que também é contraditório e dinâmico.  Portanto para compreender a sociedade atual precisamos dessa ciência que está nos currículos escolares, embora no período ditatorial iniciado em 1964 no Brasil ela tenha sido banida das escolas.  Alguns teóricos, fundadores dessa disciplina, explicaram a sociedade com base na visão de mundo que adquiriram ao longo das suas vidas, no geral, influenciados pelo meio no qual viviam e pela a classe social a qual pertenciam ou representavam.




Émile Durkheim (15\04\1858 a 15\11\1917) É amplamente reconhecido como um dos melhores teóricos do conceito da coesão social. Partindo da afirmação de que "os fatos sociais devem ser tratados como coisas", forneceu uma definição do normal e do patológico aplicada a cada sociedade, em que o normal seria aquilo que é ao mesmo tempo obrigatório para o indivíduo e superior a ele, o que significa que a sociedade e a consciência coletiva são entidades morais, antes mesmo de terem uma existência tangível. Essa preponderância da sociedade sobre o indivíduo deve permitir a realização deste, desde que consiga integrar-se a essa estrutura. Para ele a Sociologia teria a função de levar a sociedade capitalista a melhorar e até chegar à perfeição. Ele defendia também o consenso social para melhorar a sociedade. Nessa linha de raciocínio, a teoria de Durkheim é conservadora, pois não acreditava na possibilidade nem na necessidade da substituição dessa sociedade capitalista por outra. Os problemas deveriam ser solucionados nos marcos do próprio capitalismo.

Max Weber (1864-1920) Ele define a Sociologia como a ciência que pretende entender, interpretando-a, a ação social, para explicá-la causalmente em seus desenvolvimentos e efeitos, ou seja, pretende explicar que tipo de mentalidade leva à realização das ações. Para Weber as pessoas agem e interagem umas com as outras na busca de necessidades, propostas e objetivos. Como se percebe ele analisa a ação das pessoas separadas da luta de classes.  Nessa linha de raciocínio, não haveria uma interferência direta dos sujeitos sociais para a mudança dessa sociedade por outra. Portanto, a teoria dele também é conservadora e capitalista.

Auguste Comte (1798-1857).   Para ele a Sociologia, deveria contribuir para o progresso da humanidade, usando o seu caráter científico para compreender e, assim, poder prever e controlar o comportamento humano. Ela também deveria ser uma tentativa de compreender o ser humano em grupo. “Estudar os fatos sociais como coisas”, ou seja, a vida social podia ser analisada com o mesmo rigor/objetividade com que se analisam objetos ou fenômenos da natureza.  Segundo Comte não interessava a ciência às causas nem as consequências dos fenômenos sociais. Para ele o papel do investigador era exprimir a realidade e não julgá-la, nesse sentido, a ciência era neutra. Conclusão: Comte via os fenômenos sociais de forma isolada, não dialética. Ele tinha também uma visão conservadora e capitalista de sociedade com a defesa da “ordem e do progresso” nos marcos desse sistema social.

Karl Marx (1818\1883) foi um intelectual e revolucionário alemão, fundador da doutrina comunista atuou como economista, filósofo, historiador, teórico político, e jornalista. Ele, juntamente com Engels, foi fundador também do Materialismo Dialético e Histórico. Para ele “a luta de classes é o motor da História”. Ele diferentemente dos outros, via os fenômenos sociais dialeticamente, ou seja, interligados. Compreendia que as relações de produção no capitalismo formava a estrutura econômica da sociedade. Segundo Marx a estrutura econômica ergue a superestrutura jurídica, política, religiosa, ideológica etc. A base material produz a base espiritual, ou seja, as ideias e a cultura dos homens são produtos do meio no qual eles vivem.  As duas classes principais, a burguesia e o proletariado, nesse sistema, têm interesses antagônicos (conflitantes). Com base numa das leis da dialética, a do conflito entre os contrários (Burguesia X proletariado ou capitalismo X socialismo), esse conflito entre as classes e entre os modos de produção, faria surgir um novo modo de produção chamado de comunismo.  Daí porque essa teoria é a única que é revolucionária, pois não pretende simplesmente reformar o capitalismo, pois considera o capitalismo imperfeito pela sua própria natureza e contradições. Ao contrário das outras, essa teoria sociológica, propõe substituir o capitalismo por outro sistema, o socialismo, que seria o caminho do comunismo, cujo sistema, aboliria todas as contradições, explorações e mazelas próprias do capitalismo tornando todos os seres humanos iguais em todos os sentidos possíveis.  Por Dedé Rodrigues.

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