Por Altamiro Borges
O Itaú-Unibanco divulgou na sexta-feira que teve um lucro
líquido de R$ 3,622 bilhões no segundo trimestre deste ano – alta de 1,03% em
relação ao mesmo período de 2012 e de 3,13% em relação ao primeiro trimestre
deste ano. Já o Bradesco anunciou na semana retrasada que o seu lucro líquido
no mesmo período foi de R$ 2,949. Mesmo assim, segundo reportagem de Karin Sato
e Karla Spotorno, no jornal Valor, os banqueiros estão indignados e exigem
mudanças na política macroeconômica do governo Dilma. Eles reclamam que os seus
lucros poderiam ser bem maiores e voltam a chantagear pela alta das taxas de
juros. A desculpa, lógico, é o fantasma da inflação.
“O ambiente de fraco de fraco crescimento do crédito e
spreads mais moderadores foram os fatores citados por especialistas como
barreiras para um expressivo aumento do lucro... O spread de crédito bruto do
Itaú Unibanco caiu pelo quarto trimestre consecutivo na comparação trimestral,
ficando em 11,4%, na taxa anualizada. Esse resultado é 0,2 ponto percentual inferior
ao obtido no primeiro trimestre deste ano. A escalada de queda teve início no
terceiro trimestre do ano passado, quando o spread de crédito foi de 12,6% ao
ano, 0,8 ponto menor que o juro do segundo trimestre de 2012”, relata o Valor,
jornal dedicado à elite empresarial.
A redução dos juros e do spread – deflagrada pela presidenta
Dilma no ano passado, mas que já dá sinais de reversão com as três últimas alta
da taxa Selic –afeta os lucros dos agiotas financeiros. Por isto, eles aumentam
o tom das críticas ao governo e não vacilam em fazer ameaças. O Bradesco, por
exemplo, já anunciou que irá reduzir o crédito em 2013. Apesar de elevar o seu
lucro líquido em 3,9% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período
de 2012, ele reclama. “Entendemos que a economia mundial enfrenta um período
excepcionalmente difícil, com retração da atividade econômica no Brasil”,
justifica o terrorista Luiz Trabuco, presidente do Bradesco.
Desrespeito aos consumidores
Ao mesmo tempo em que recrudescem nas chantagens contra o
governo, os banqueiros continuam agredido a população. Na semana passada, o
Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) divulgou no Diário
Oficial da União que Itaú, Bradesco e Banco do Brasil foram multados pelo
Ministério da Justiça por infringir o direito dos consumidores. As multas somam
R$ 1,7 milhão. O Bradesco recebeu a multa mais pesada, de R$ 666 mil, por
divulgar publicidade irregular de seus fundos de renda fixa. Para o DPDC, o
banco veiculou propaganda de produto financeiro sem alertar devidamente sobre
os riscos envolvidos em investimentos financeiros.
Itaucard e BB receberam multas de R$ 535 mil cada um por
enviar cartões de crédito sem a solicitação prévia dos consumidores. “Segundo o
DPDC, um acordo com os bancos para que interrompessem a prática de envio dos
produtos havia sido celebrado em 1998. O órgão, porém, seguiu recebendo
denúncias de consumidores sobre o problema. No total, foram registradas 106
reclamações contra o Itaucard entre os anos de 2004 e 2006 no Sindec, sistema
que reúne as denúncias feitas por consumidores nos Procons do país. Contra o
Banco do Brasil, foram 156 reclamações entre 2005 e 2010”, descreve a Folha.
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