Do blog de Zé Dirceu:
Como já se viu tantas vezes antes desde que se iniciaram os
governos do PT, em 2003, e como tantas vezes demonstrou o ex-ministro José
Dirceu quando escrevia este seu blog, a mídia comanda agora, e mais uma vez, a
ofensiva contra o governo Dilma Rousseff. Pautada e liderada por paladinos da
ética como os líderes do DEM, senador José Agripino (RN) e do PSDB, senador
Álvaro Dias (PR) e outros, a oposição partidária e parlamentar segue o roteiro
da mídia.
A agenda é conhecida, há anos vem sendo armada e testada.
Visa, como sempre, a criar um clima de pessimismo e desesperança, afugentar
capitais externos e convencer o povo que o Brasil não tem rumo. Visa pura e
simplesmente a disseminar que a inflação voltou, o desemprego aumentou e há
riscos de apagão.
Agora, não tinham mais nada para arrumar, armam uma CPI de
araque com confessos objetivos eleitorais. Procuram estimular de todas as
formas manifestações – todas esvaziadas – contra a Copa do Mundo a se realizar
agora no meio do ano no Brasil. O noticiário diário, então – sem falar nos
semanais, das revistas -, é um desfile de desgraças e tragédias. Por ele, o
país está para acabar. Sem pudor algum já pregam abertamente a mudança de
governo e alternativamente de poder.
Mas e nós?
E nós, o PT, o governo, as bancadas parlamentares, as
esquerdas que construíram esse projeto que levou Lula a Presidência da
República por dois mandatos, com governos que retomaram o fio da história, do
desenvolvimento nacional, da democracia, da soberania e das maiorias do nosso
povo? O que estamos fazendo?
Estamos fazendo de conta que não existe essa ofensiva.
Estamos nos portando como se não houvesse uma verdadeira guerra contra nós e
nosso governo, contra o que representamos e o que construímos nesses últimos 30
anos.
Não há comando e não há uma estratégia comum para enfrentar
o outro lado. A política não dirige, não há contra e pronta resposta, não há
unidade, não há disputa e luta política. Muito menos cultural e ideológica.
Perdemos a iniciativa. Mais grave, ainda, há um distanciamento e ausência de
uma estratégia comum que sigamos – nós e os movimentos que nos apoiam.
E nossa base social, eleitoral e política?
Nossa base social e eleitoral não é informada e mobilizada.
Os novos autores e agentes políticos e sociais que surgiram no país pelas
transformações sociais, econômicas e culturais que fizemos não nos reconhecem
como aliados.
Para ficar em alguns poucos exemplos: a oposição secundada
pela mídia – Rede Globo à frente – prega um choque de preços, propõe um aumento
de 20% a 30% da gasolina e da energia elétrica; de 10% à 15% nas tarifas de
transporte; prega a redução do salário mínimo, dos benefícios sociais e da
Previdência; e prega um corte radical dos investimentos públicos.
E nós não combatemos abertamente isso, esse programa
recessivo antipopular e antissocial, esse programa de arrocho, recessão e
desemprego.
Tampouco reagimos, pelo contrário, demonstramos incapacidade
e incompetência para denunciar a ação abertamente política do Tribunal de
Contas da União (TCU), quase sabotagem, suspendendo obras vitais de
infraestrutura.
Não reagimos, nada fazemos…
Não reagimos, nada fazemos nem mesmo diante da atuação do
IBAMA e/ou do Ministério Público que, a pretexto de fiscalizar, paralisam obras
estratégicas para o país. É hora da política assumir o comando, reagir. De
lutar, de disputar, de mobilizar, de defender nosso legado e sua continuidade.
Há muitos anos, quando o presidente Bill Clinton (Partido
Democrata) disputava a Casa Branca e seu adversário do Partido Republicano fazia
mil marolas colocando mil e outras questões na campanha, um dos gurus da
campanha democrata cunhou a expressão “É a econ0mia, estúpido!”, que terminou
norteando aquela disputa dali para a frente. É por isso que nós, aqui da equipe
do blog do ex-ministro José Dirceu, dizemos agora aos que têm e estão do lado
do PT, do governo, do lado de cá nessa contenda deste ano: “É a política!” Não
perceberam, ainda?
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