Por Alberto Cantalice, no site Linha Direta:
Longe de controles econômicos ou paradigmas a internet
chegou para tirar o bolor e a manipulação constante do noticiário, notadamente,
da chamada grande imprensa e seus articulistas que se consideram os “donos da
verdade”.
A aprovação do Marco Civil da Internet coloca o Brasil na
vanguarda e libera as redes das amarras do mercado. A vitória da neutralidade
da rede na Câmara impediu de a mesma se transformar em uma mera TV a cabo que
geraria o aumento dos custos para os usuários e dificultaria o acesso das camadas
populares aos benefícios da internet.
O engajamento de diversos setores da sociedade e o firme
propósito da Presidenta Dilma em garantir o Marco Civil resultaram em uma
votação quase unanime na Câmara dos Deputados, fato relevante para assunto de tamanha
envergadura.
As esquerdas por terem tido sua voz omitida nos grandes
veículos e por terem sofrido uma longa e sistemática perseguição pela ditadura
do pensamento único devem estimular o uso das redes sociais. Se já existissem
as ferramentas de rede social a escandalosa manipulação perpetrada pela Rede
Globo de Televisão do debate entre Lula e Collor em 89 teria sido desmascarada
em tempo real. A farsa do ataque da bolinha de papel engendrada pelo então
candidato José Serra em 2010 com o auxílio das redes sociais pode ser
denunciado e desmascarado.
Competir com o poderio econômico dos meios tradicionais de
comunicação é dificílimo. Estabelecidos há décadas e bafejados pelos poderes
financeiros nacionais e internacionais, os grandes meios de comunicação
construíram no Brasil verdadeiros oligopólios midiáticos de gestão familiar.
Essa condição monopolística não encontra paralelo em nenhuma grande democracia
do mundo moderno. Como pode um único grupo de comunicação possuir Tvs abertas e
fechadas, rádios, jornais, revistas, editoras e até gravadoras? Nos Estados
Unidos, Meca do capitalismo mundial, as leis vigentes não permitem tal
situação.
Aqui, fortalecidos pela subalternidade de variados setores
políticos, eles podem isso e muito mais. Tem sido difícil garantir o Direito de
Resposta contra ataques desferidos pela mídia, objetivando arruinar a reputação
de pessoas físicas e jurídicas. Eles acobertam-se com o manto da “liberdade de
expressão” que só vale para um lado: o lado deles!
O Partido dos Trabalhadores já percebeu o dinamismo das
novas ferramentas de comunicação. O PT, por ser um partido de militantes e
ativistas, muitos com o “couro curtido”, pela longa disputa política, vem
mostrando a face e agindo à luz do dia nas redes.
A contribuição da valorosa e combativa militância do PT,
divulgando as ações dos governos populares e, ao mesmo tempo, combatendo as
mentiras e calúnias que se apresentam no dia a dia tem sido um diferencial.
Diferentemente dos partidos políticos, cuja principal função
é a disputa eleitoral, o PT mantém e amplia seus vínculos com os movimentos
sociais e com as pautas que visam o aprofundamento da democracia no Brasil. O
caminho a se percorrer para que sejam ampliadas as conquistas da imensa maioria
de brasileiras e brasileiros que vive à mercê da pausterização do noticiário é
longo.
Disputar a pauta de mudanças é tarefa nossa. Quanto mais
ativos e participantes formos, mais condições teremos de alcançar os setores da
sociedade brasileira que se encontram do lado de fora das discussões políticas,
seja por desconhecimento, pelo afastamento ou por desencanto provocado pelo
denuncismo, sem fim, dos meios de comunicação tradicionais.
Submetidos ao bombardeio reiterado da imprensa comercial e
da pusilanimidade de certos intelectuais que são meros porta-vozes do
antiprogressismo, grande parcela da nossa população não tem acesso a outro tipo
de opinião.
Por tudo isso apoiar a mídia alternativa também é uma
obrigação das forças populares. O simples fato de amplificar as vozes no panorama
da comunicação já é de grande valia. Mesmo quando um blogueiro ou outro não
pense como nós.
Há espaço de sobra para uma atuação firme que vise
apresentar novidades. A mesmice é a razão da força do status quo. Sejamos
diferentes esse é o caminho do futuro.
* Alberto Cantalice é vice-presidente do PT
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