Por Luis Nassif, no Jornal GGN:
O pessimismo geral do país é um caso clássico de
esquizofrenia, alimentado por uma mídia do eixo Rio-São Paulo que perdeu a
noção da notícia.
Durante dois anos, martelaram diariamente atrasos em obras
da Copa, realçaram detalhes de obras inacabadas, uma campanha diuturna sobre a
suposta incapacidade do país em se preparar para a Copa - como se depreciando a
engenharia brasileira, os grupos privados envolvidos com as obras, os governos
estaduais corresponsáveis pelo processo, a criação do clima de derrotismo se
abatesse exclusivamente sobre o governo Dilma Rousseff.
À medida que a Copa se aproxima, que os tapumes das obras
são retirados, os usuários descobrem aeroportos de primeiro mundo, arenas
esportivas de qualidade invejável, novas estatísticas mostrando o potencial
financeiro do jogos.
E os jornais passam a se dar conta que a Copa será a maior
vitrine do país em toda sua história, com os 14 mil correspondentes, os
recordes de visitantes e da audiência esperada para o televisionamento dos
jogos.
Por esse sentimento permanente de baixa autoestima,
provavelmente não se dará o devido valor a um feito extraordinariamente
superior ao de abrigar a maior Copa do mundo da história (na opinião da Fifa):
o atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, comprovando que o
Brasil entrou em um novo estágio civilizatório.
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O conceito de Metas do Milênio nasceu em 2000, quando
líderes mundiais acertaram uma agenda mínima global de compromissos pela
promoção da dignidade humana e de combate à pobreza, à fome, às desigualdades
de gênero, às doenças transmissíveis e evitáveis, à destruição do meio ambiente
e às condições precárias de vida.
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Conforme os dados do 5º Relatório Nacional de Acompanhamento
dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, com quatro anos de antecedência, o
país conseguiu alcançar a meta de redução de dois terços a mortalidade
infantil, que caiu de 53,7 mortes por mil nascidos vivos em 1990, para 17,7 em
2011.
No saneamento, em 1990 70% da população tinham acesso à agua
e 53% à rede de esgotos ou fossa séptica. Em 2012, os indicadores saltaram para
85,5% e 77% respectivamente.
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Outro indicador, o da redução da pobreza extrema, caiu para
3,5% da população, próxima à meta de 3%.
Segundo o Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos
Marcelo Nery, um dos principais fatores foi a formalização do mercado de
trabalho. No período 2002-2005, a formalização girou em torno de 46% da
população ocupada. Em 2012 alcançou 58%.
Entre os ocupados a pobreza extrema é de 1,3%; entre os
ocupados com carteira de trabalho, de 0,1%.
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Em que pese os avanços que ainda faltam na qualidade do
ensino, a taxa de escolarização no ensino fundamental, para crianças de 7 a 14
anos, está próxima de 100%; assim como a taxa de alfabetização de jovens de 15
a 24 anos.
Apesar do analfabetismo funcional, os estudantes de 9 a 17
cursando a série adequada à sua idade saltaram de 50,3% para 79,6%. Parte do
avanço foi devido a distorções, como a aprovação automática.
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