O 14º Encontro Nacional do PT inaugurado nesta sexta-feira
(2) fez um inequívoco pronunciamento pela reeleição da presidenta Dilma
Rousseff, que foi recebida pelos militantes e dirigentes do partido com o
refrão “Um, dois, três, Dilma outra vez”.
Por proposta do presidente nacional da agremiação, Rui
Falcão, Dilma foi aclamada pré-candidata à Presidência da República, indicação
que será confirmada na convenção nacional eleitoral em junho próximo.
A presidenta declarou que recebe “a missão honrosa e desafiadora
de ser a pré-candidata do PT à presidência da República”. Dirigindo-se ao
ex-presidente Lula, Dilma disse que se tratava de um “ato simbólico, mais uma
prova forte e contundente da nossa confiança mútua, do compromisso com o povo
brasileiro, um compromisso inquebrantável”.
Dilma lembrou que quando Lula assumiu a presidência em 2003,
o Brasil “era um e quando a deixou, era outro completamente diferente e muito
melhor com imensa autoestima e grandes realizações”. A mandatária reiterou o
que já tinha dito em outras ocasiões, que quando sucedeu Lula, sentiu o peso da
responsabilidade, de realizar uma tarefa hercúlea.
Dilma defendeu as realizações dos governos de Lula e do seu
próprio governo, assumiu o compromisso de continuar trabalhando em favor do povo
brasileiro, das mudanças necessárias ao avanço do Brasil como nação democrática
e soberana.
A presidenta defendeu a realização da Copa do Mundo de
Futebol no Brasil “A Copa é uma afirmação do Brasil. Somos o país do futebol”,
ressaltou, ao participar. “É muito estranho que nós, que gostamos de futebol,
que torcemos pelos nossos times, vibrando e sofrendo, que quando a Copa é aqui
na nossa casa, nós não possamos aproveitar”. Ela manifestou a certeza de que o
Mundial será um evento bem-sucedido. “Eu tenho a certeza de que a Copa será um
sucesso”, enfatizou.
Dilma rebateu os ataques dos pré-candidatos oposicionistas
sobre o reajuste de 10% do benefício do Programa Bolsa Família, anunciado na
terça-feira (30) em pronunciamento no rádio e na TV. Segundo ela, é importante
que “não fiquem as dúvidas levantadas pela oposição”. “Nós últimos três anos e
quatro meses, nós implantamos três grandes melhorias [reajustes] do Bolsa
Família que elevaram o benefício, em aumento real, descontada a inflação, de
44,3%”, disse.
No discurso perante o encontro do PT, a mandatária voltou a
defender a reforma política. “Com esta reforma, tudo começa: a reforma
política. Sem ela, nós não vamos conseguir a sociedade do futuro que o Brasil
quer ver nascer”, declarou.
A presidenta lembrou o projeto enviado para o Congresso que
pede uma consulta popular para a reforma. Na avaliação de Dilma, a participação
da sociedade é fundamental para que o projeto avance no Legislativo, o que,
segundo ela, é “algo estratégico e decisivo para o futuro da democracia no
Brasil”.
Dilma entusiasmou a militância demonstrando energia e
disposição para enfrentar o embate político da campanha eleitoral.
Lula: A candidata é Dilma
O ex-presidente Lula se encarregou de sepultar de uma vez
por todas a ideia estapafúrdia do chamado “movimento volta, Lula”. “Precisamos
parar de imaginar que exista outro candidato que não a Dilma. Enquanto
brincamos com isso, os adversários tiram proveito. Se eu tivesse de ser
candidato a alguma coisa, a primeira pessoa a saber seria a Dilma. Não podemos
gastar energia com coisas secundárias, pois a campanha não vai ser fácil.
Estarei inteiramente dedicado à campanha”, assegurou. A julgar pelos aplausos
com que estas afirmações foram acolhidas, tudo indica que o “volta, Lula”, se tinha,
não tem mais trânsito no PT.
Lula também fez uma consistente defesa dos legados do seu
próprio governo e da presidenta Dilma, afirmando que nunca se fez tantas
políticas sociais na história do Brasil.
Representantes de partidos aliados – PCdoB, PMDB, PSD, PP,
PTB – se pronunciaram em favor da reeleição da mandatária.
PCdoB: Ir adiante
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, entusiasticamente
aplaudido, disse que é oportuna a iniciativa do PT de expor e propor diretrizes
para o programa de governo durante o 14º Encontro Nacional do partido. “A
opinião do PCdoB é de que o momento exige o esforço de levar mais adiante a
experiência do governo iniciado por Lula e hoje continuado pela presidenta
Dilma”.
O líder comunista considera que depois de três mandatos
exercidos pelas forças progressistas em ampla aliança com outros partidos, o
Brasil atingiu uma nova etapa, o que torna necessário “ir adiante com as
mudanças necessárias, o crescimento sustentado com distribuição de renda, a
afirmação da soberania nacional e a integração continental”.
De acordo com o dirigente do PCdoB, é necessário agora
definir um projeto atualizado com diretrizes fundamentais e plano de governo
“para responder às novas exigências de uma sociedade que avançou e quer
continuar avançando”. Renato Rabelo reafirmou a resolução do Comitê Central do
Partido, reunido em fevereiro último, de lutar para “renovar a perspectiva e a
esperança”. “É hora de começar e concluir reformas estruturais e democráticas
importantes – reforma política democrática, que precisa da mobilização popular
e uma estratégia de crescimento e democratização da mídia”, disse.
Tarefa prioritária
Por seu turno, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o
encontro petista é “uma ocasião histórica para consagrar o que a militância do
PT e os aliados já demonstraram em todo o país”, referindo-se ao lançamento da
pré-candidatura da presidenta. Falcão também capitalizou o legado dos governos
dirigidos pelo PT e partidos aliados: “Depois dos oito anos marcantes da gestão
de Lula, o governo de Dilma consolidou as conquistas alcançadas e apesar da
crise e do cerco midiático, promoveu avanços significativos”.
De acordo com Falcão, a tarefa mais importante hoje é a
reeleição de Dilma, para realizar mais um mandato, ainda melhor que o atual,
“com novos avanços e novos direitos, novas oportunidades reformas estruturais urgentes
e imprescindíveis, aspirações não apenas do PT,mas da maioria do povo
brasileiro”.
Da redação do Vermelho
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