Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:
Uma foto de Dirceu na portaria do prédio onde começou a
trabalhar conta tudo.
Ele tem as cicatrizes do sofrimento.
Em tem também o olhar do desafio, da resposta, do combate.
Um mês de alimentação normal, um pouco de sol, e esse
aspecto frágil vai embora.
Sobrevive o político militante, que tem uma causa: a dos
pobres e oprimidos.
Joaquim Barbosa o atingiu, o enfraqueceu, mas vai embora em
opróbrio.
Como herói dos que fizeram dele um instrumento político.
Queriam quebrar o PT e encarcerar o Lula.
Perderam nos dois rounds.
Barbosa tornou-se dispensável.
Barbosa é um homem oco, vazio.
Os adversários de Dirceu tem nome, sobrenome e endereço.
Não são como os de Barbosa, que ele não teve coragem de
denunciar, na saída melancólica.
Dirceu tem dentro dele uma raiva santa: o acerto de contas.
Como um condenado injustamente.
José Dirceu ganhou.
Ele passa esse fim de semana em casa, com a filha de três
anos, o ponto mais agudo de sua tristeza.
*****
Em tempo: Do amigo navegante Edmilson Botequio:
Barbosa prestou um enorme serviço à classe dominante e sua
mídia espúria, ao passo que prestou um enorme desserviço ao Brasil e ao seu
povo. Subverteu os fatos e a ordem das coisas. Perdeu a oportunidade ímpar de
julgar um caixa dois de campanha, como ele é, denunciar o nefasto financiamento
privado de campanha, e criar um ambiente político que tornaria inevitável a
reforma política. Barbosa perdeu o bonde da história, criminalizou a política e
o partido que mais combate o status quo. Um dia essa história será contada como
ela é e o que significou para o país. Barbosa Silvério dos Reis.
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