Por Dedé Rodrigues
A
coluna Notas Vermelhas rebatendo afirmações da Jornalista Vera da Folha
que disse que é impossível para a mídia encobrir grandes escândalos
publicou uma série deles que é indispensável para os leitores que
desejam ficar bem informados. A matéria que rebateu a jornalista começa
dizendo: Uma lista para Vera. E em seguida afirma:
"A ombudsman da Folha alega,
como vimos, que é impossível para a mídia encobrir grandes escândalos.
Vamos então lembrar apenas alguns dos que foram abafados": Aspas nossa. Confira abaixo os escândalos:
1) Escândalo da tortura - A tortura e o assassinato de opositores do
regime militar no Brasil da segunda metade da década de 60 e na década
de 70 do século passado eram assuntos de conhecimento público, inclusive
no exterior, que durante anos foram abafados pela nossa mídia e no caso
da Folha de S. Paulo chegou ao ponto de o jornal emprestar seus carros
de reportagens para transportar presos políticos rumo à tortura.
2) Escândalo SIVAM - Logo no início da gestão de FHC, denúncias de
corrupção e tráfico de influências no contrato de US$ 1,4 bilhão para
a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) derrubaram
um ministro e dois assessores presidenciais. Depois de um tempo nada
mais se falava no assunto com o silêncio cúmplice da mídia hegemônica.
3) Escândalo da Pasta Rosa - Em agosto de 1995 eclodiu a crise
dos bancos Econômico (BA), Mercantil (PE) e Comercial (SP). Através
do Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro (Proer),
FHC beneficiou com R$ 9,6 bilhões o Banco Econômico numa jogada política
para favorecer o seu aliado ACM. Uma pasta rosa que trazia o nome de 25
deputados subornados pelo banco Econômico sequer foi averiguada. O
escândalo terminou em pizza com o silêncio cúmplice da mídia hegemônica.
4) Escândalo da Telebrás - Grampos no BNDES flagraram conversas entre
Luis Carlos Mendonça de Barros, ministro das comunicações, e André Lara
Resende, dirigente do banco. Eles articulavam o apoio a Previ, caixa de
previdência do Banco do Brasil, para beneficiar o consórcio do banco
Opportunity, que tinha como um dos donos o tucano Pérsio Árida. A
negociata teve valor estimado de R$ 24 bilhões. Nada se apurou sob o
caso. A mídia ficou quietinha.
5) Escândalo da venda da Vale – A Vale do Rio Doce foi vendida em 1996
por R$ 3,3 bilhões, quando seu valor de mercado era de mais de R$ 100
bilhões. Quem financiou a compra em condições excepcionalmente boas foi o
BNDES. Trocando em miúdos, o governo da época vendeu um bem público por
um preço aviltado e ainda financiou o negócio. Em 2006 a juíza Selene
Maria de Almeida, do Tribunal Regional Federal (TRF) de Brasília,
julgando um pedido de reabertura do caso sobre a privatização da Vale,
considerou pertinente uma nova investigação sobre ocorrido e escreveu:
“A verdade histórica é que as privatizações ocorreram, em regra, a
preços baixos e os compradores foram financiados com dinheiro público”. A
posição da juíza foi referendada pela 5ª turma do TRF, mas a mídia não
transformou estes juízes em heróis, pelo contrário, abafou o caso, que
deu em nada.
6) Escândalo da privataria – A privataria tucana já foi objeto de
investigações de jornalistas e pesquisadores que trazem provas
irrefutáveis sobre como a corrupção foi um fator dominante no processo,
desviando bilhões de reais dos cofres público. Nada foi investigado. A
mídia abafou e abafa até hoje.
Tá bom Vera? Se quiser mais exemplos mande um email.
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