sábado, 25 de abril de 2015

Audiência pública na Alepe discute situação de professores perseguidos durante a greve


Encontro foi solicitado pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da Assembleia.

 

Em um auditório lotado, no 6º andar do prédio anexo da Assembleia Legislativa de Pernambuco, o professor de Direitos Humanos e Cidadania, Luiz Carlos da Silva, emocionou as dezenas de pessoas presentes, com um depoimento que chama a atenção para o engajamento no movimento grevista. “Eu fui notificado pela diretora da minha escola por uma mensagem no WhatsApp. Ela pediu para eu ir até a Gerência Regional de Educação, pois eu estava sendo desligado da escola onde atuo. Eu liguei para ela e disse que infelizmente não poderia comparecer no dia e hora marcada, pois estou indisponível, eu e minha categoria estamos em greve”. A história do docente da Escola de Referência em Ensino Médio Monsenhor João Rodrigues de Carvalho, localizada em Escada, na Mata Sul de Pernambuco, é apenas uma, entre as diversas de professores que estão sofrendo perseguição após o início da greve.



A situação de Luiz Carlos foi apresentada durante uma audiência pública, na tarde desta quinta-feira (23), na Alepe. O encontro foi solicitado pela Comissão de Cidadania e Direitos Humanos da casa. Participaram do evento, os deputados Edílson Silva, presidente da Comissão, Teresa Leitão, presidente da Comissão de Educação e Cultura, Silvio Costa Filho, a vereadora do Recife, Marília Arraes, além do promotor do Ministério Público de Pernambuco, Marco Aurélio Farias da Silva, e a procurado do Ministério Público do Trabalho, Melícia Carvalho Mesel. O Sintepe foi representado pelo diretor da secretaria de assuntos educacionais, Heleno Araújo.

Além dos depoimentos dos docentes, o encontro serviu para que tanto o representante do MPPE, quanto a procuradora do MPT, dessem esclarecimentos sobre como a postura intransigente é errada e quais os direitos dos trabalhadores grevistas. “Eu avalio a audiência pública como muito positiva. Infelizmente, mesmo sendo convocado, o Governo do Estado não mandou representante. Mas por orientação do deputado Sílvio Costa Filho, toda a audiência foi gravada em áudio e esse material será encaminhado ao governador do estado”, explicou Heleno Araújo.

No fim da audiência, foi deliberada uma série de encaminhamentos para o Sintepe e para o MPPE, que é quem deve mediar à negociação entre o Sindicato e o Governo. O Sintepe se compromete a enviar a relação dos professores que receberam a comunicação da remoção das escolas de referência para o Promotor de Justiça Marco Aurélio Farias da Silva, além de fazer uma representação junto às Promotorias do MPPE em cada Município dos professores que estão nesta situação. Já o representante do MPPE se comprometeu a convocar e mediar uma reunião entre o Sintepe e o Governo do Estado para recompor o processo de negociação e de anulação da portaria publicada pelo Governo do Estado. Além disso, o promotor deve tomar as medidas necessárias para ajustar a conduta do Governo do Estado.

Fotos: Manolo Lima Jr. / Agência JCmazella



0 comentários :

Postar um comentário