O partido argumenta que no contexto
da pandemia devem ser mantidas medidas de proteção aos trabalhadores.
Publicado
19/01/2021 21:37
O PCdoB apresentou, junto ao STF,
nesta terça-feira (19), uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), com pedido
de medida cautelar, para que o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e
Renda seja mantido até o término da emergência internacional de saúde
decorrente do coronavírus.
Na ADI, o partido argumenta que no
contexto da pandemia, “continua sendo necessário que as medidas previstas na
Lei no 13.979/2020, além de outras convergentes com a atenção à saúde e à
existência digna da população brasileira, como também o Programa instituído e
regulamentado pela Lei no 14.020/2020, integrem o arsenal normativo à
disposição das autoridades públicas, para combater a pandemia”.
Conceber hipótese distinta, diz a
ação, “representaria situação tendente a provocar efetivo desespero dos
empregadores e o desamparo dos empregados, já que aqueles deixariam de ter uma
legislação que garanta a suspensão contratual, com remuneração aos empregados e
a esses, por criar enorme insegurança, não só pelo fato de que muitos
empregadores optariam pela diminuição de seus quadros de empregados, mas,
também, porque grávidas, idosos e trabalhadores com comorbidades seriam
obrigados – todos e todas – ao retorno ao trabalho, com enorme risco à saúde
dos mesmos”.
A ADI aponta ainda que a vigência da
Lei no 14.020/2020 — que institui o programa e dispõe sobre medidas relativas
ao enfrentamento da pandemia — “não encontra obstáculo algum, no que tange às
implicações orçamentárias e financeiras para a União”.
Por fim, o PCdoB justifica o pedido
de cautelar por entender que “a medida é urgente, pois, por sua natureza de
proteção à vida e à saúde, eis que a cada dia de trabalho exposto ao vírus
produzirá novos doentes, e, assim, novas vítimas. Por outro lado, os
empregadores, sem o Programa, terão dificuldades de manter seus negócios, já
que, sem a possibilidade de suspender os contratos de trabalho, ou reduzir as
cargas horárias e os salários, sofrerão com a notória diminuição do ritmo dos
negócios, o que também notoriamente causará fechamentos de empresas e/ou
desemprego”.
A expectativa do partido é de que a
ação seja distribuída ao ministro Ricardo Lewandowski. No final de dezembro, o
ministro estendeu a vigência de dispositivos da Lei 13.979/2020, que tratam das
medidas sanitárias para combater à pandemia. A decisão foi proferida na ADI
6625, ajuizada pela Rede Sustentabilidade.
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