O Congresso reúne-se para aprovar o relatório final da LDO com diversos parlamentares da base divergindo da meta estabelecida na proposta
por Iram Alfaia
Publicado 19/12/2023 12:58 | Editado 19/12/2023
13:12
A líder do PCdoB, Jandira Feghali (Foto: Zeca
Ribeiro/Câmara dos Deputados)
A líder do PCdoB na Câmara dos Deputados, Jandira
Feghali (RJ), diz que a meta fiscal zero estabelecida na Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) de 2024 não corresponde à realidade brasileira e pode levar
o país “a um contingenciamento perverso e desnecessário de políticas públicas”.
Nesta terça-feira (19), o Congresso Nacional está
reunido para aprovar o relatório final da LDO com diversos parlamentares da
base governistas divergindo da manutenção do déficit zero na proposta.
A parlamentar defende a reavaliação da meta fiscal
na LDO na questão do déficit.
“Não há nenhum problema, e já está precificado nós
chegarmos 0,5%, que seja, de déficit. Isso significa 50 bilhões de reais no
Orçamento para que as políticas públicas cheguem capilarmente à ponta e à
população brasileira”, argumenta.
O governo entende que existe um limite de
contingenciamento em torno de R$ 23 bilhões para 2024, limite que seria dado
pelo novo regime fiscal. A lei também asseguraria um crescimento mínimo das
despesas de 0,6%.
Leia mais: Governo decide
manter meta fiscal com déficit zero no relatório da LDO
Contudo, nota técnica da Consultoria de Orçamento
da Câmara, apontou que, para garantir a meta fiscal, o corte poderia chegar a
R$ 56 bilhões.
“Eu penso que nós temos que olhar para o Brasil
hoje e para frente. Essa questão de meta zero não corresponde à realidade
brasileira. Ela pode nos empurrar a um indevido, desnecessário e perverso
contingenciamento de políticas públicas ao próprio investimento, ao próprio PAC
[Programa de Aceleração do Crescimento]. E isso, de fato, tem repercussão para
a sociedade brasileira”, critica.
De acordo com a líder, a LDO não só se limita a
estabelecer meta zero do déficit, mas também possui outras definições que
retiram o conceito de “orçamento democrático e potente em determinadas áreas”.
“Inclusive com o serviço público, que está com zero
de previsão de aumento para as universidades, para os professores
universitários, para os trabalhadores e trabalhadoras da educação e do serviço
público brasileiro”, afirma.
Para ela, é decisivo nesse momento ter um outro
olhar sobre o problema.
“Nós não precisamos de meta zero. Essa não é a
realidade, em função do que herdamos do governo anterior. Já temos importantes
melhorias na taxa de desemprego, importantes melhorias na economia brasileira,
mas obviamente a arrecadação tem frustrações, seja por medidas legais ou por
uma aceleração que depende do contexto do país e de fora também”, argumenta.
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