Inserção digna e igualitária no mercado de trabalho. Esta é a bandeira principal levantada pelo movimento social nesta quarta-feira (25/07), Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha. E os dados confirmam a necessidade de defender a causa.
Pesquisa divulgada recentemente pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) revela que a remuneração dos afrodescendentes é 40% inferior à das pessoas consideradas brancas, apesar das políticas públicas acerca do tema.
Por este e outros motivos, embora sejam celebrados o 8 de Março, Dia da Mulher, e o 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, o segmento - um dos mais prejudicados, inclusive em Salvador, cidade mais negra fora da África - entendeu que era preciso inserir as demandas no movimento feminista estabelecendo um dia para lembrar à sociedade a luta da mulher negra. Portanto, em 1992, durante o Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-Caribenhas, na República Dominicana, a data foi instituída.
“O 25 de julho é o dia que marca a necessidade de eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher negra. Para isso, é preciso que a sociedade ouça esse clamor e se dedique a essas questões”, explica Uiara Lopes, da Unegro (União Negra pela Igualdade).
Para professora Jaci, militante do movimento negro, a data é para dar visibilidade à luta das mulheres que vêm tentando galgar um lugar de expressão na sociedade, que não seja o de estar atrás dos homens, dos mandos e desmandos. “Precisamos mostrar que as negras estão ocupando os espaços que lhes pertencem em plenas condições”. De acordo com a professora, esta eleição é a oportunidade de os eleitores ampliarem o número de mulheres nas cadeiras da Câmara.
Eventos
Para marcar a data, diversos eventos são realizados em Salvador. Logo mais, às 18h, acontece o debate Mulheres políticas e a inserção de religiões de matriz africana, no Sesc da Barroquinha. Nesta quinta (26/07), na Faculdade da Cidade, às 8h, tem o seminário Empoderamento da mulher negra. Na segunda-feira (23), o Fórum Nacional de Mulheres Negras promoveu a mesa redonda Perspectivas e Desafios das Mulheres Negras em Busca de Poder, no Centro Cultural da Câmara de Vereadores.
Fonte: Portal Vermelho
2 comentários :
Não acho nada interessante esse dia (Dia da Mulher Negra), se em 8 de março já comemoramos o Dia Internacional da Mulher... as mulheres negras também não são mulheres?! Que tipo de igualdade estão buscando se elas próprias estão se excluindo?
Professora Elizângela. Respeito a sua opinião, mas como ex-aluno seu gostaria de lhe dizer que aprendi nas aulas de História que a questão do preconceito e a discriminação com as mulheres negras no Brasil vêm desde a época da colonização. Por isso discordo de você quando coloca em pé de igualdade a mulher negra e a mulher branca. O fato concreto é que as mulheres negras ainda são mais discriminadas do que as mulheres brancas nesse país. É só observar as pesquisas em relação aos cargos que as negras ocupam e aos salários que ganham. Ainda são inferiores em relação à mulher branca. Por isso defendo que se comemore o dia nacional da mulher negra que continua lutando pela a igualdade.
Vagner Leandro
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