terça-feira, 25 de setembro de 2012

Bancos têm altos lucros. Por que não atendem bancários?

Se merecem aplausos atitudes como a do Bradesco, de reduzir os juros nos cartões de crédito à metade do que vem sendo cobrado até aqui (leia nota abaixo sobre o tema), merece toda a reprovação a oferta de um reajuste real de 0,58% aos bancários (frente a uma reivindicação de 5% de aumento real), bem abaixo da média dos reajustes oferecidos por outras categorias que tem fechado acordo até aqui, neste ano (2,23%, segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo).

Após uma semana de greve, os bancos finalmente chamaram a bancada dos trabalhadores para uma negociação, que acontece nesta terça (25.9), às 16h00.

Para isso foi preciso parar áreas estratégicas dos bancos nessa segunda-feira (24), em São Paulo, Osasco e região, como os grandes centros tecnológicos do Itaú (CA Raposo e CTO), o Casa 3 do Santander, além da Nova Central do Bradesco, a Caixa da Praça da Sé e a Compe do Banco do Brasil.

A presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, previa uma intensificação do movimento a partir desta terça, caso os bancos não apresentassem uma proposta razoável de reajuste, além de atender a alguns outros itens da pauta.
 
Setor que mais lucra oferece muito pouco

O setor financeiro é o que apresenta hoje a mais alta rentabilidade entre os vários setores da economia brasileira (os sete maiores bancos lucraram quase R$ 26 bi no primeiro semestre do ano, informou o Sindicato dos Bancários). Ao mesmo tempo, é um dos responsáveis por uma “alta, grave e injustificável onda de demissões”, critica Juvandia.

 
“É fundamental continuarmos mobilizados para pressionar os bancos a apresentar uma proposta decente aos trabalhadores”, destaca Juvandia.

A assembleia realizada na segunda-feira, após uma semana de greve, aprovou que o Sindicato faça contato com os petroleiros para a realização de um ato conjunto na quarta-feira. No mesmo dia, os bancários voltam a se reunir em assembleia na Quadra dos Bancários, região central de São Paulo. A assembleia aprovou também passeata na quinta-feira (27.9) e plenárias organizativas por banco na sexta.

Metalúrgicos fazem acordos com aumento real

Enquanto os bancários intensificam a paralisação, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC informava ontem que 32,7 mil trabalhadores da sua base já haviam conquistado um índice de reajuste de 8% - reposição da inflação dos últimos 12 meses, até setembro, pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do IBGE (5,39%), mais aumento real de 2,5%.

O número representa 46% do total de 70 mil que estão em campanha salarial. E dos 32,7 mil, 31,5 mil obtiveram o índice depois que foi aprovada greve no dia 14. Outros 1.200, das 22 empresas do Grupo Fundição, alcançaram conquista na mesa de negociação e após aprovação em assembleia, virou referência para os demais grupos.

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