Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Revendo a pesquisa da IAB sobre os hábitos de consumo de
mídia no Brasil, com dados de 2012, uma ficha meteórica quase me esmagou.
Acompanhem o raciocínio.
Confiram esse gráfico. Como sempre, basta clicar sobre ele
para vê-lo em tamanho ampliado.
O que chama atenção é o fato da internet ter superado a
televisão. O brasileiro perde (ou investe) mais tempo navegando na rede mundial
de computadores do que assistindo tv. A internet está vencendo de longe. 21%
dos brasileiros passam ao menos 20 horas por semana na internet, contra 13% que
o fazem assistindo TV.
O consumo de internet hoje no Brasil transcende a renda.
Todo mundo está acessando. Na verdade, a estatística mostra que os que ganham
menos de R$ 1.300,00 usam mais redes sociais que todos que ganham acima disso.
Não há diferenças gritantes no consumo de mídia entre as faixas de renda.
E agora confiram a publicidade federal, da presidência e
ministérios, nos últimos 2 anos, segundo dados obtidos pelo Cafezinho junto a
Secom:
Observe que a internet, de longe a mídia mais usada pelos
brasileiros, recebe apenas 5,8% das verbas publicitárias federais, enquanto os
jornais, que figuram em último lugar no ranking das mídias mais importantes,
recebe 10%.
Temos que deixar claro uma coisa: o aumento dos
investimentos da publicidade estatal na internet não é para beneficiar nenhuma
“blogosfera progressista” ou “governista”. É para aumentar a publicidade para
todos: sites de notícias, portais especializados em educação, blogs de pesquisa
científica, páginas de literatura. O governo poderia inclusive criar uma
espécie de “Adsense”, ou seja, um sistema difuso de publicidade, que
direcionasse roboticamente os anúncios para toda internet brasileira, bastando
se cadastrar e provar que o blog é feito por brasileiros e destinado a
brasileiros. A internet hoje é a grande geradora de empregos para os
profissionais da área de comunicação, ao contrário dos jornais impressos, cada
vez menos relevantes neste sentido. Uma ação pública assim estimularia um
aumento dos anúncios privados e, com isso, criaria um círculo econômico
virtuoso.
Isso é o mínimo, e o lógico, que poderia ser feito, e
corresponderia a um extraordinário incentivo à produção cultural brasileira,
para todos os segmentos, ciência, arte, economia, política, culinária, etc.
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