Desde o início dos protestos de rua que tomaram o país, no
último dia 6 de junho, mais de 50 profissionais de imprensa envolvidos na
cobertura foram agredidos - e seis deles, presos. O levantamento foi feito pela
Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), a partir de
informações das entidades ligadas aos profissionais. No total, foram 53 ataques
a 52 jornalistas (um deles foi preso em um dia e agredido em outro).
Foto: Rodrigo Paiva
Os números foram coletados em onze cidades - e praticamente
metade dos incidentes - 25 - ocorreu em São Paulo. Fortaleza vem a seguir, com
6, e Rio de Janeiro, com 5. O jornal Folha de S.Paulo, com sete profissionais
envolvidos, foi o veículo com maior número de vítimas.
Na nota em que relata os episódios, em seu site, a Abraji
repudia "a violência da polícia contra manifestantes pacíficos e
jornalistas e repudia igualmente a hostilidade de alguns manifestantes contra
os trabalhadores dos meios de comunicação, como repórteres, fotógrafos,
cinegrafistas e motoristas". A entidade afirma ainda que "impedir ou
dificultar o trabalho da imprensa é agir contra a democracia".
Esses profissionais, prossegue a nota, "estão nas ruas
cumprindo com o dever de manter a sociedade bem informada" e isso
"deve ser respeitado, independentemente de preferências políticas e dos
meios em que informam". Eles trabalham "com o mesmo profissionalismo
e destemor com que cobriram as grandes passeatas contra a ditadura, a campanha
das Diretas-Já, a campanha pelo impeachment de Fernando Collor".
Prisões
Mais de 60% dos casos anotados pela entidade - 34 do total -
se referem à agressão ou ameaça de parte da polícia. Seis dos casos levaram à
prisão dos profissionais, por períodos curtos, de poucos minutos, ou até de
três dias, como ocorreu ao repórter Pedro Nogueira , do portal Aprendiz, que
chegou a ser indiciado por formação de quadrilha. De sua parte, os
participantes dos protestos foram os responsáveis por 12 casos de agressão. Em
um dos casos não foi possível esclarecer o que motivou os ferimentos do
profissional.
A Abraji adverte, ao divulgar os números, que o levantamento
"é parcial", porque pode haver "casos que podem ou não ter sido
computados, por diversas razões" - uma delas seria a de empresas, ou
jornalistas, que preferem não divulgar as informações.
Fonte: IG
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