Por Bepe Damasco, em seu blog:
Direto ao ponto : greve geral sem a convocação de sindicatos
e centrais sindicais é coisa de imbecil. Nunca na história das lutas
trabalhistas, em todo o planeta, uma paralisação foi organizada à revelia da
representação dos trabalhadores. E greve convocada por facebook é de um
ridículo de dar dó. Noves fora a má fé política e o golpismo dos seus
"líderes", o movimento marcado para eclodir nesta segunda-feira, 01
de julho, tem as impressões digitais da indigência intelectual e do
analfabetismo político.
E o pior é ver gente "letrada" dando corda a essa
estupidez. Jornalistas da grande mídia telefonam para sindicatos e centrais e
perguntam sobre a greve. Diante da resposta dos dirigentes sindicais,
esclarecendo que só as entidades de trabalhadores possuem legitimidade para
convocar greves, alguns demonstram espanto : " Ah, é ? Não sabia."
Para se ter uma ideia do nível do PIG.
Como na internet o facebook vem se destacando como terreno
fértil para todo tipo de podridão, as pessoas perguntam nas filas de ônibus, do
mercado e dos bancos se vai mesmo haver greve. É evidente que a greve está
condenada a ser um fracasso retumbante. E os que embarcarem nessa aventura sem
respaldo sindical devem saber que poderão ter o dia descontado ou até perder o
emprego, dependendo do patrão.
Da calúnia à pregação explícita da ruptura da ordem
democrática, da mentira à propagação da todo tipo de preconceito, da pregação
nazifascista à boataria mais irresponsável, vale tudo no modismo cibernético do
facebook. Sinto na pele a pressão por não fazer parte do mundo dos
facebookeiros. Meus amigos chegam a traçar um paralelo entre a máxima jurídica,
segundo a qual "o que não está nos autos, não está na vida" e a
proclamação de que "quem está fora do facebook está fora da vida."
É claro que a maioria esmagadora das pessoas usa essa e
outras redes sociais para se relacionar com os amigos ou para defender, debater
e difundir ideias. Mas daí a achar que em plena era do conhecimento o facebook
se transformou num espaço vital e essencial para a convivência humana vai uma
grande distância.
Em artigo recentemente publicado, o antropólogo Hermano
Viana chama a atenção para o risco de um volume tão maciço de informações estar
sob controle total de uma empresa norte-americana e alerta para as armadilhas
explicitas dos termos de uso do facebook, os quais, naturalmente, ninguém lê.
Falando sobre mobilização sindical séria, vale informar que
as centrais sindicais promoverão atos e paralisações no dia 11 de julho, em
defesa do destravamento da pauta da classe trabalhadora, que inclui 40 horas
semanais, fim do fator previdenciário, não ao projeto de terceirização do
deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), 10% do PIB para a educação,10% do PIB para a
saúde e reforma agrária, dentre outras reivindicações.
1 comentários :
Direto a outro ponto: Muito pertinente ao contexto atual o pensamento de Paulo Freire: "A conscientização está ligada à utopia... Implica utopia... Quando deixamos de ser utópicos nos burocratizamos, é esse o perigo das revoluções quando deixam de ser permanentes". Penso como ele e vejo que os sindicatos do Brasil deixaram de fazer a revolução que lhe cabe e estão cheios, superlotados de pessoas que promovem uma ditadura sindical em nome de classes organizadas. Há tempos que esses sindicatos precisam fazer a revolução, se renovar. Eu mesma faço parte de um há mais de 20 anos está na mão de um grupo e percebo que está na hora de mudar, se renovar.
O Sindicato dos Trabalhadores de Tabira é também um bom exemplo. Há quanto tempo é dirigido por um grupo? Se não mudar logo esse grupo vai se perpetuar no poder, aí vira uma Monarquia. É evidente que as centrais sindicais ficaram admiradas, com as vozes da rua, com a revolução que o povo fez, com a mobilização popular a partir das redes sociais. Tudo isso revelou coragem, organização e consciência, já que ninguém aguenta mais viver do jeito que está: crianças assassinadas cruelmente, jovens drogados, mulheres violentadas, dentistas queimados vivos, professores mal pagos, transportes ruins, superlotados, trabalhadores com baixos salários e péssimas condições de trabalho, corrupção e roubalheira no poder público. Ou seja, tudo está como toda vida foi! O povo acordou e foi às ruas dizer o que está sentido, que não confia em mais ninguém que o represente, por isso vai “sozinho”, de cara limpa vai às ruas para exigir a mudança dessa situação limite que aflige e assola o Brasil atualmente. O povo acordou, graças a Deus!
Joana Santos.
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