Por Dedé Rodrigues
1º) SISTEMA CAPITALISTA NEOLIBERAL NOS ESTADOS UNIDOS
Jorge Cadima: A falência de Detroit; um retrato do capitalismo
A declaração de falência de Detroit é o retrato do capitalismo decadente dos nossos dias. A cidade e a sua indústria automóvel foram símbolo do ‘século americano’. Ainda hoje Detroit é sede da General Motors, durante décadas a maior empresa mundial. Chegou a ser a 4.ª maior cidade dos EUA, com dois milhões de habitantes.
Por Jorge Cadima, no jornal Avante!
2º) SOCIALISMO COM CARACTERÍSTICAS CHINESA COM O PARTIDO COMUNISTA.
Presidente da Assembleia da ONU elogia crescimento da China.
O presidente da 67ª Assembleia Geral da ONU, Vuk Jeremic, elogiou nesta sexta-feira (9) em Pequim o crescimento da economia chinesa e disse que esse crescimento contribui para a recuperação econômica global.
3º) CAPITALISMO DESENVOLVIMENTISTA NO BRASIL COM DILMA.
Capacidade industrial instalada avança; E agora José?
Compondo a onda positiva de resultados da última semada e contrariando as previsões do profetas midiáticos que desenham um Brasil do caos, os indicadores industriais de junho apresentaram resultados positivos. Os dados, publicados na última quinta-feira (7), são da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que sinalizou que esses números continuarão subindo.
Joanne Mota, para o Portal Vermelho
De acordo com a entidade, a previsão é que o desempenho da indústria no segundo semestre seja melhor do que no primeiro semestre de 2013. No entanto, a CNI alerta que esse crescimento poderia ser maior se não fosse o aumento dos juros.
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O BRASIL.

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Os resultados positivos são fruto da política cambial adotada nos últimos meses, que torna o ambiente mais favorável aos exportadores brasileiros. Além disso, a redução da taxa de energia, desoneração da folha estímulo para o fomento da infraestrutura do país, valorização do salários e conjuntura similar ao pleno emprego, são pontos centrais para a recuperação.
Alguns índices
Os indicadores do setor apontam que, de maio a capacidade instalada da indústria ficou em 82,2% em maio. Em maio de 2012, era de 82,1%. O faturamento subiu 6,1% ante o mesmo período em 2012. Outro dado positivo é o da massa salarial real, 3% em relação a maio de 2012.
No que se refere às vendas reais, o faturamento do setor subiu 0,5% em junho e acumulam uma alta de 5,3% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2012.
No que se refere às horas trabalhadas, este índice aponta crescimento de 2,2% na comparação com maio deste ano e 0,4% em relação a junho de 2012. No acumulado dos seis primeiros meses deste ano, as horas trabalhadas apresentam um aumento de apenas 0,1%. O emprego na indústria de transformação subiu 0,2% em junho ante maio e 0,8% ante junho de 2012. O crescimento é de 0,5% no acumulado do primeiro semestre de 2013.
E agora José?
Mesmo com dados mais positivos, está claro que ainda há um longo caminho pela frente para tornar esse setor mais competitivo. Investimentos em ciência e tecnologia são fundamentais nesse processo, bem como a ampliação dos investimentos no setor produtivo. O Brasil não pode mais ficar refém da commodities, precisa produzir produtos com maior valor agregado.
Nesse sentido, o nosso parque carece de uma nova arrancada. Isso o por quê? Porque 70% da produção são de empresas de pequeno e médio porte. Antes da crise econômica de 2008, o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) estava em 86,1% em um turno. Com a crise, caiu para 80,8%. Atualmente está em 76,1%, um dos mais baixos dos últimos 40 anos (dados de 2012).
Esse pequeno recorte demonstra o quão central é a batalha pela reindustrialização no Brasil. E mais, a defesa do desenvolvimento passa por essa luta. Sabemos que atual receita adotada para o Brasil e desenvolvimento com inclusão social, a essa receita seria interessante inserir 'valorização do trabalho'. Ou seja, modernizar e ampliar o parque industrial no Brasil significa valorizar e ampliar os direitos dos trabalhadores, que fazem a roda deste setor girar.
E mais, é chegada a hora de se consolidar um ambiente que garanta maiores investimentos e melhoria de nossa infraestrutura, um dos caminhos é diminuindo o ralo por onde corre o superáavit primário. Outro ponto nocivo ao nosso desenvolvimento é a prática rentista, esta deve dar lugar a um projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho e justiça social. E isso só será possível com a ampliação de financiamentos de longo prazo e projetos estruturantes, uma responsabilidade que não deve ser somente assumida pelo Estado.
A CHINA
Os dados divulgados mostram que a economia chinesa registrou um crescimento de 7,6% no primeiro semestre do ano. Jeremic disse que o forte aumento da economia chinesa emite sinais positivos para a economia mundial. Segundo ele, muitas pessoas acreditam que a economia chinesa vai continuar a manter um crescimento econômico sustentável por um longo tempo, o que impulsionará o desenvolvimento econômico mundial.
Jeremic ainda elogiou o papel positivo desempenhado pela China na ONU. Ele disse que a ONU está coordenando os países para elaborar um plano de desenvolvimento sustentável que substituirá as atuais Metas do Desenvolvimento do Milênio. Ele espera que a China possa desempenhar um papel importante nesse processo.
Fonte: Rádio Internacional da China
OS ESTADOS UNIDOS.
Em 1960 tinha o maior rendimento per capita no país. Em 1950 tinha 300 mil postos de trabalho na indústria. Hoje, são menos de 27 mil. A financeirização da economia, a automatização, a deslocalização de postos de trabalho, dizimaram a cidade. Com a perda de empregos foi-se grande parte da população, que hoje não atinge os 700 mil. Cerca de um terço da sua superfície são hoje prédios devolutos e em ruína. Mais de metade da população que sobra está desempregada. Sessenta por cento das crianças vive na pobreza. Cortes orçamentais desligaram 40% da iluminação pública e a maioria das esquadras da polícia encerra durante 16 horas por dia (fontes em theeconomiccollapseblog.com, 20.7.13). A degradação da cidade acelerou a fuga dos seus habitantes (25% desde 2000 – Financial Times, 26.7.13) reduzindo a base fiscal e mergulhando Detroit numa espiral mortífera.
A comunicação social fala disto. Mas não diz tudo. Desde que em 2008 o sistema capitalista mergulhou na sua maior crise econômica, o grande capital financeiro tem sido premiado com muitos milhares de milhões de apoios e subsídios estatais, pagos pelo contribuinte. E quando ‘o contribuinte’ está em apuros? Quais abutres, os grandes bancos lançaram-se sobre a carcaça da vítima. Sufocada pela perda de impostos e privada de apoios do Estado central, Detroit foi estrangulada pelas dívidas e – lá como cá – por contratos swap ligados às taxas de juros (Bloomberg, 20.6.13). Taxas de juros que, como veio a lume com o escândalo Libor, são manipuladas pelos mesmos bancos que beneficiam desses obscuros contratos.
Os bancos credores de Detroit (UBS, Bank of America, Merill Lynch, JPMorgan Chase) são um gang engravatado. Como escrevia aBloomberg há quatro meses (13.3.13): “Apenas Wall Street ganha com a crise de Detroit […] os banqueiros de Wall Street receberam mais de 474 milhões de dólares duma cidade tão pobre que nem tem dinheiro para manter a iluminação pública a funcionar”.
Lá como cá, as ‘falências’ são pretexto para um ataque feroz contra os direitos, o emprego e os rendimentos dos trabalhadores e reformados. Boa parte da comunicação social de regime – lá como cá – culpa as vítimas pelos problemas (exemplo: Economist, 27.7.13). A ofensiva de classe contra os trabalhadores dos EUA – que há mais de quatro décadas veem os seus níveis de vida cair – será agora ainda mais intensa. E não se trata apenas dum ataque social. Proliferam os ‘gestores de emergência’ que se sobrepõem a autarcas eleitos.
As legislações especiais e de exceção introduzidas a pretexto do terrorismo, a vigilância omnipresente, a brutalidade policial galopante, são a ante-câmara do ataque feroz que uma classe dirigente em estado terminal prepara contra o seu povo.
O outrora pujante capitalismo dos EUA é hoje um sistema condenado, que sobrevive graças a um endividamento galopante e insustentável, à falsificação e corrupção sistêmicas, às bolhas artificiais e fictícias, à pilhagem sem freios e à guerra planetária. Apenas se manterá à tona exacerbando ainda mais a violência irracional que desde sempre o caracterizou. A ferocidade do imperialismo norte-americano – que os povos do mundo bem conhecem – vira-se também contra o próprio povo dos EUA. Nunca como hoje foi tão atual a luta de classes e a necessidade da solidariedade e do internacionalismo no combate do trabalho contra o capital.
* Jorge Cadima é articulista do Jornal Avante!
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