Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Se o ex-governador José Serra não existisse, o diabo seria
obrigado a inventá-lo às pressas. O Brasil seria bom demais sem ele. O cabra
inferniza até a vida da oposição. Quando Aécio Neves achava que, finalmente,
poderia respirar tranquilo, sem a concorrência sempre desleal e traiçoeira do
conde Drácula, eis que Serra levanta de seu caixão e volta a assombrar.
As movimentações de Serra são erráticas, turbulentas,
ameaçadoras. É o verdadeiro Mefistófeles da política brasileira! Com uma
diferença básica: Mefistófeles dizia que ele era aquele que “fazendo o mal,
emprenhava o bem”, querendo dizer que a sua ação questionadora e imoral impede
o homem de cair no imobilismo confortável, egoísta e medíocre do moralismo
cristão.
Serra é o contrário. Ele pensa fazer o bem, mas só gera o
mal. Haja vista a campanha desqualificada que ele conseguiu produzir em 2010,
quando sua própria esposa passeava pelas ruas do Rio alardeando que Dilma
“assassinava criancinhas”. Sem contar o guru indiano que ele trouxe dos Estados
Unidos para coordenar a disseminação de boatos de cunho religioso contra a sua
adversária.
Felizmente, o grau de periculosidade de Serra caiu um
bocado. Ele não tem mais controle sobre seu próprio partido, não tem mais cargo
público e o seu índice de rejeição já está perto do de Bin Laden em Nova York,
no dia seguinte ao 11 de setembro.
Seu poder hoje se limita a tumultuar o PSDB, o que ele faz
com enorme talento, para alegria dos petistas e de todos aqueles que não
simpatizam com o PSDB. Para esses, o momento é de reabastecer o estoque de
pipocas e se divertir vendo o macaco quebrar todos os cristais da loja.
No Painel da Folha deste sábado, topei com a seguinte
notinha:
Aviso prévio? Um dos principais aliados de José Serra disse
esta semana a Roberto Freire (PPS), em Brasília, que o ex-governador está
decidido a deixar o PSDB.
Pausa para rir por uma semana e meia.
Outro poder de Serra: plantar notinha em jornal. Todo santo
dia agora aparece uma nota vinda de algum misterioso “interlocutor” do tucano.
Num dia, ele diz que sai do PSDB, no outro que não sai. Num dia, quer prévias,
no outro não quer mais.
Seja como for, Aécio Neves parece ter acertado uma dessa
vez. Ao aceitar o desafio das prévias, Aécio desmascarou o que parece se tratar
de um blefe serrista. O vampiro doidão não quer prévias coisa nenhuma. Ele quer
é derrubar Aécio no tapetão e ser novamente o candidato do PSDB para as
eleições presidenciais de 2014.
Alguém poderá perguntar o porque Serra quer tanto ser
candidato de novo, depois de perder tantas vezes, e possuir uma rejeição tão
grande. Se você pensar na quantidade de recursos mobilizados durante uma
campanha presidencial, e nem me refiro aos “não-contabilizados”, e a facilidade
com que se pode justificar as despesas, não será difícil entender…
Para Dilma Rousseff, tanto faz Serra e Aécio. O primeiro tem
uma rejeição grande demais para ganhar uma eleição no Brasil, mas a sua total
ausência de escrúpulos faz das eleições em que ele participa sempre um festival
de baixaria, com prejuízo para todo mundo. Aécio tem menos rejeição e mais
facilidade para fazer acordos com outros partidos, mas é um candidato fraco,
com baixo potencial eleitoral quando sai de Minas. E mesmo em Minas Gerais não
terá um palanque muito forte, visto que o candidato do PT ao governo de Minas,
Fernando Pimentel, lidera isoladamente todas as pesquisas de intenção de voto.
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