Por Dedé Rodrigues.
O Auditório da Escola Arnaldo Alves Cavalcanti ficou lotado
e foi palco do maior espetáculo teatral que eu já assisti em Tabira, nesta
quinta-feira, 14 de novembro de 2013. Trata-se do Grupo Teatral SESC - Surubim
– PE que encenou a peça PASSAREDO. A peça não só valoriza com os seus
personagens a família e algumas músicas do nosso Rei do Baião, Luiz Gonzaga,
mas também é original em algumas músicas e na incorporação dos personagens (homem-pássaro)
tratando de temas como o êxodo rural, a seca, a fome e a questão da nossa fauna
em extinção assassinada pelas mãos dos “chicos caçadores”. Conheça mais
detalhes sobre esse belo espetáculo cultural e veja as lindas fotos desse grupo
que é tão rico em cultura sertaneja, mas infelizmente como tantos outros no
Brasil, você não consegue ver na TV - Globo.
. A riqueza da peça está nos personagens homens-pássaros como
a Acauã cantando “chamando a seca para o Sertão”. Santana, Rosinha e Luiz que discutem a viagem
de Rosinha no pau-de-arara com a sua família devido à seca focando o êxodo
rural.
Já personagem de Chico Caçador com a sua arapuca reflete o
quanto a nossa fauna já foi exterminada.
O urubu fica amigo de Rosinha, agora transformada numa asa
branca, para protegê-la contra Chico
caçador.
Ainda vemos a Juriti, a cascavel, o vem-vem, e o personagem Sabiá que
diz a Luís que é preciso perseverar, pois ele estava muito triste com a partida
de rosinha (asa branca). Perseverar, não é isso que faz o tabirense nesse
momento de seca e falta d’água?
Luiz vira um pássaro de nome assum preto e de repente um
desses meninos que vivem jogando pedra nos pássaros joga uma pedra nele lhe furando
os olhos tornando essa cena muito triste
com a música de Luiz Gonzaga: Mas Assum
Preto, cego dos óio / Num vendo a luz, ai, canta de dor.
No final da peça soltam os pássaros das gaiolas de Chico
Caçador que se arrepende de tudo depois de atirar em Luís e acertar Rosinha que
se joga na frente dele para protegê-lo.
A equipe é composta por André Chaves, Adriele Silva, Aline
Silva, Eurípedes, Wellington Fonseca, Felipe, Aldeni e Vanessa Chagas.
A peça é assim, um verdadeiro espetáculo de cultura
sertaneja, afinal como bem lembrou uma professora presente que acompanhou o
grupo, parafraseando Guimarães Rosa “o
sertão somos todos nós”. Pena que
não reformamos ainda a mídia brasileira para que esses grupos teatrais da cultura
regional desse país recebam os financiamentos necessários para crescerem ainda
mais e a Rede Globo ser obrigada por lei a divulga-los.
A conclusão que cheguei depois desse belo espetáculo
original é que nossa juventude gosta do que é bom. Nas duas oportunidades que o grupo teve
na escola, pela manhã e pela tarde, o espetáculo atraiu a atenção unânime do grande
auditório da escola que estava lotado. Pena que ela quase não tem acesso a
esses espetáculos, pois o que e mostram para ela na grande mídia mais parece,
no geral, um lixo cultural.
Parabéns ao grupo.
Vida longa para vocês.
0 comentários :
Postar um comentário