quinta-feira, 14 de novembro de 2013

PASSAREDO: “O MAIOR ESPETÁCULO TEATRAL QUE EU JÁ VI EM TABIRA”.


Por Dedé Rodrigues.

O Auditório da Escola Arnaldo Alves Cavalcanti ficou lotado e foi palco do maior espetáculo teatral que eu já assisti em Tabira, nesta quinta-feira, 14 de novembro de 2013. Trata-se do Grupo Teatral SESC - Surubim – PE que encenou a peça PASSAREDO. A peça não só valoriza com os seus personagens a família e algumas músicas do nosso Rei do Baião, Luiz Gonzaga, mas também é original em algumas músicas e na incorporação dos personagens (homem-pássaro) tratando de temas como o êxodo rural, a seca, a fome e a questão da nossa fauna em extinção assassinada pelas mãos dos “chicos caçadores”. Conheça mais detalhes sobre esse belo espetáculo cultural e veja as lindas fotos desse grupo que é tão rico em cultura sertaneja, mas infelizmente como tantos outros no Brasil, você não consegue ver na TV - Globo.

.A riqueza da peça está nos personagens homens-pássaros como a Acauã cantando “chamando a seca para o Sertão”.  Santana, Rosinha e Luiz que discutem a viagem de Rosinha no pau-de-arara com a sua família devido à seca focando o êxodo rural.  
Já personagem de Chico Caçador com a sua arapuca reflete o quanto a nossa fauna já foi exterminada.
O urubu fica amigo de Rosinha, agora transformada numa asa branca,  para protegê-la contra Chico caçador.
Ainda vemos a Juriti, a cascavel, o vem-vem, e o personagem Sabiá que diz a Luís que é preciso perseverar, pois ele estava muito triste com a partida de rosinha (asa branca). Perseverar, não é isso que faz o tabirense nesse momento de seca e falta d’água?
Luiz vira um pássaro de nome assum preto e de repente um desses meninos que vivem jogando pedra nos pássaros joga uma pedra nele lhe furando os olhos tornando essa cena  muito triste com a música de Luiz Gonzaga: Mas Assum Preto, cego dos óio / Num vendo a luz, ai, canta de dor.
No final da peça soltam os pássaros das gaiolas de Chico Caçador que se arrepende de tudo depois de atirar em Luís e acertar Rosinha que se joga na frente dele para protegê-lo. 
A equipe é composta por André Chaves, Adriele Silva, Aline Silva, Eurípedes, Wellington Fonseca, Felipe, Aldeni  e Vanessa Chagas.  
A peça é assim, um verdadeiro espetáculo de cultura sertaneja, afinal como bem lembrou uma professora presente que acompanhou o grupo, parafraseando Guimarães Rosa “o sertão somos todos nós”.  Pena que não reformamos ainda a mídia brasileira para que esses grupos teatrais da cultura regional desse país recebam os financiamentos necessários para crescerem ainda mais e a Rede Globo ser obrigada por lei a divulga-los.
A conclusão que cheguei depois desse belo espetáculo original é que nossa juventude gosta do que  é bom. Nas duas oportunidades que o grupo teve na escola, pela manhã e pela tarde, o espetáculo atraiu a atenção unânime do grande auditório da escola que estava lotado. Pena que ela quase não tem acesso a esses espetáculos, pois o que e mostram para ela na grande mídia mais parece, no geral, um lixo cultural. 
Parabéns ao grupo.
Vida longa para vocês.
















0 comentários :

Postar um comentário