Edição/247 Fotos: Felipe Sampaio/STF | Reprodução:
A reportagem mais importante do fim de semana foi publicada
pelo jornal O Globo, que apontou que o Supremo Tribunal Federal, ao inflar os
beneficiários de seu plano de saúde, recebeu R$ 16,8 milhões a mais do que
deveria da União; o STF-Med tem no comando de seu conselho a ministra Rosa
Weber, a mesma que decidirá se três secretários do governo de Geraldo Alckmin
serão réus no STF no inquérito que apura as propinas da Alstom e da Siemens; na
mesma edição, o Globo publicou o editorial "A missão do STF no caso do
cartel em São Paulo", onde diz que "a folha corrida do PT em dossiês
não é abonadora"; será esse mais um exemplo de faca no pescoço do STF?
15 de Dezembro de 2013 às 19:36
SP 247 - No início do próximo ano, após a volta do recesso, a
ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal, decidirá se três secretários
do governo de São Paulo – Edson Aparecido, da Casa Civil, José Aníbal, de
Energia, e Rodrigo Garcia, do Desenvolvimento – serão réus na suprema corte. Os
três foram acusados por um ex-diretor da Siemens, chamado Everton Rheinrheimer,
de envolvimento com subornos pagos pela multinacional alemã.
Caso decida transformá-los em réus, Rosa Weber tornará
praticamente inevitável a demissão do trio, uma vez que Geraldo Alckmin
dificilmente conseguirá enfrentar uma reeleição, com a suspeita do chamado
"trensalão" pairando sobre seu governo.
No entanto, neste domingo, Rosa Weber recebeu vários recados
no jornal O Globo, da família Marinho. Na reportagem mais importante do fim de
semana, o jornal revelou como o STF inflou o número de beneficiários do
STF-Med, o plano de saúde dos funcionários, fazendo com que o tribunal
recebesse da União R$ 16,8 milhões a mais do que deveria da União (leia mais
aqui). O jornal também informou que Rosa Weber é a ministra que chefia o
conselho do STF-Med, onde ocorreram as irregularidades.
Na coluna de Elio Gaspari, outra informação importante: a de
que a oposição já tem um discurso pronto para a hipótese de que ela acolha a
denúncia contra os figurões do PSDB. Neste caso, dirão que ela agiu desta
maneira por ter sido indicada para o cargo pela presidente Dilma Rousseff (leia
mais aqui).
A mensagem mais importante, no entanto, está no editorial do
Globo deste domingo, cujo título não poderia ser mais explícito: "A missão
do STF no caso do cartel em São Paulo" (leia aqui). Embora defenda que a
suprema corte decida com rigor e independência, O Globo manda um recado.
"Para aumentar o teor político-partidário, o Cade é acusado pelos tucanos
de agir como um aparelho petista no encaminhamento de denúncias. E há, ainda, o
choque entre o PSDB e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, em torno de
uma suposta tradução de um alegado documento em que o tradutor acrescentou no
texto nomes de figuras do PSDB, e Cardozo enviou a papelada, assim mesmo, para
a PF. Sabe-se que a folha corrida do PT em dossiês não é abonadora", diz o
editorial dos Marinho.
Resumo da ópera: na mesma edição, O Globo acusa uma fraude
no STF, insinua o envolvimento da ministra Rosa Weber e sinaliza, no editorial,
que o envolvimento de figurões do PSDB teria sido fraudado por um
"aparelho do PT" na máquina pública – muito embora Rheinrheimer tenha
confirmado as denúncias em novo depoimento.
Ao que tudo indica, é mais um caso de "faca no
pescoço", colocado por um meio de comunicação, à suprema corte.
Será que Rosa Weber irá ceder à pressão?
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