Presidente ocupa rede nacional de rádio e tevê, na noite
desta segunda-feira 23, para se dirigir à Nação; otimismo será a tônica do
pronunciamento na véspera do Natal; acentos do discurso estarão na implantação
do programa Mais Médicos, na menor taxa de desemprego desde 2002, no avanço da
renda dos trabalhadores sobre a inflação e no sucesso dos programas de
concessões do pré-sal, estradas e aeroportos; grita da oposição já é esperada
22 de Dezembro de 2013 às 19:20
247 – A presidente Dilma Rousseff ocupa na noite desta
segunda-feira 23 rede nacional de rádio e televisão para um pronunciamento à
Nação. A oposição já pode ir preparando as críticas, porque Dilma vai adotar um
tom bastante otimista sobre as realizações do governo. E ela tem o que dizer e,
na prática, com suas notícias positivas, vai fazer as vezes de uma típica Mamãe
Noel.
Na semana passada, dados oficiais do IBGE apontaram para a
elevação, acima da inflação, em 3% na renda dos trabalhadores. Por outro lado,
começam a cair os volumes de endividamento das famílias. As previsões apontam
para uma taxa de inflação inferior a 6% em 2013, dentro da meta estabelecida
pelo Banco Central. Será o décimo ano consecutivo em que isso acontece. Ao
mesmo tempo, a taxa de desemprego em novembro chegou a 4,6%, a menor desde
2002. Se quiser dizer que o Brasil vive em regime de pleno emprego,
tecnicamente Dilma poderá fazer essa afirmação.
Além da economia, a presidente deverá centrar seu discurso
eletrônico também no programa Mais Médicos. Atacado pelas entidades médicas e
lembrado, negativamente, nas retrospectivas de veículos de destaque da mídia
tradicional, como a revista Veja, o programa, na avaliação do governo, é um
sucesso de público. Com efeito, as manifestações de comunidades dos municípios
beneficiados pelo programa mostram que a aceitação supera até mesmo os índices
favoráveis apontados pelas pesquisas de opinião.
Dilma terá como conteúdo, ainda, o sucesso do programa de
concessões do governo federal no setor de infraestrutura. Contra o ceticismo
dos críticos, o governo conseguiu transferir a construção e administração de
estradas e aeroportos para a iniciativa privada por dezenas de bilhões de
reais.
O caso mais especial, sem dúvida, não será deixado de lado:
a concessão da exploração do campo de Libra, do pré-sal, que proporcionou ao
governo um bônus de R$ 15 bilhões já pagos pelo consórcio vencedor composto
pela holandesa Shell, a francesa Total, a brasileira Petrobras e as chinesas
CNPC e CNOOC.
No campo político-pessoal, Dilma tem motivos para comemorar.
Se sua popularidade ainda não voltou aos patamares de antes das manifestações
populares de junho, quando chegou a 65% de aprovação para o seu governo, ela já
se recuperou a ponto de voltar a ser favorita para as eleições presidenciais de
2014. Com mais de 40% de intenções de voto, ela soma mais pontos que todos os
candidatos da oposição neste momento.
Os últimos pronunciamentos da presidente têm despertado
duras críticas dos partidos de oposição, que já viram na ocupação das redes de
rádio e televisão um gesto de pré-campanha eleitoral. Não deve ser diferente
agora. A posição de Dilma, porém, é bastante defensável. Afinal, falar à Nação
nas vésperas do Natal e da virada de ano pode ser visto quase que como uma
obrigação do cargo de presidente da República, no sentido de prestar contas. E
ninguém esperaria de um presidente a distribuição de más notícias, não é mesmo?
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