3º ENCONTRO DE PROFESSORES DA REDE DO PAJEÚ: QUE TIPO DE
CIDADANIA OS PROFESSORES ESTÃO ENSINANDO AOS ALUNOS?
Por Dedé Rodrigues.
III - Parte
O 3º Encontro de Professores da Rede do Pajeú, 03\02, em Carnaíba,
além do debate sobre o Currículo, teve como mestre de Cerimônia o Jovem
Estudante Jacson de Tabira e ainda as intervenções da Gestora da GRE Josefa
Rita, da Representante do Governo do Estado, a Professora Fernanda, do
Professor Lisboa, da representante do
Governo Municipal, a Secretária
de Educação de Carnaíba e da linda poesia na voz de Dedé Monteiro “Sou da Pajeú
das Flores”.
Porém, agora iniciaremos as reflexões com base nos conceitos
desenvolvidos Pelo professor José Apolinário da UFRPE sobre o tema Currículo em
Ação relacionado com a cidadania.
Ele começou a desenvolver o tema chamando a atenção para a grande
dimensão do mesmo. Defendeu a ideia de que o que lhe parecia fundamental, pois
não tinha uma certeza Cartesiana, é que a questão da cidadania tem estado muito
no discurso do Professor. Nesse sentido,
para ele, a palavra estaria muito desgastada. “ Muitas vezes utilizamos palavras
que nem sequer conhecemos, cidadania é uma delas”, diz ele. Em outras palavras formar cidadãos é uma coisa
bem mais ampla do que simplesmente conceituar o vocábulo.
Para o Professor, a discussão da cidadania requer mudanças
que são processuais e históricas. Um dos
pressupostos deste debate é que “não há como discutir cidadania sem a
historicidade”.
E questiona: “que tipo de cidadania estamos ensinando”? Será
que a cidadania que ensinamos interessa ao mercado? Claro que não.
Para ampliar o
conceito ele faz uma retrospectiva histórica do tema desde a Grécia Antiga
onde a “cidadania aristotélica” só contemplava os "cidadãos livres" maiores de 21 anos, deixando de fora a
mulher, pois a mesma, para eles, não tinha alma e estava desprovida da
capacidade de pensar. É claro que este
tipo de cidadania não interessa para nós brasileiros, não é mesmo? Na Pólis grega
se reuniam 3 mil cidadãos para discutir e deliberar sobre os destinos da cidade.
É claro também que este tipo de democracia direta
também não tem como ser praticada no Brasil de hoje, não é mesmo?
O professor ainda voltou no tempo também no Brasil lembrando
um dos dispositivos da primeira constituição que estabelecia o voto censitário
mostrando como nesse tempo a cidadania só era para quem tivesse uma determinada
renda.
E a cidadania hoje no Brasil? Para ele “a cidadania no liberalismo tem uma perspectiva
individual, pois o cidadão é aquele detentor da propriedade”. Logo, conclui-se que
os trabalhadores estão de fora deste tipo de cidadania.
Mas será que nada mudou neste período histórico no Brasil da primeira Constituição para cá? Claro
que mudou. Mas a perspectiva de cidadania voltada meramente para os interesses
do mercado não interessa a classe trabalhadora. Por isto o professor precisa
defender outro tipo de cidadania. Mas quais seriam as características básicas ideais da
cidadania ensinada por nós Professores? Quais são os conceitos desenvolvidos daqui para frente pelo professor Apolinário? Confira na próxima parte.
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