quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

3º ENCONTRO DE PROFESSORES DA REDE DO PAJEÚ: QUE TIPO DE CIDADANIA OS PROFESSORES ESTÃO ENSINANDO AOS ALUNOS?

Por Dedé Rodrigues.

III - Parte



O 3º Encontro de Professores da Rede do Pajeú, 03\02, em Carnaíba, além do debate sobre o Currículo, teve como mestre de Cerimônia o Jovem Estudante Jacson de Tabira e ainda as intervenções da Gestora da GRE Josefa Rita, da Representante do Governo do Estado, a Professora Fernanda, do Professor Lisboa, da representante do  Governo Municipal,  a Secretária de Educação de Carnaíba e da linda poesia na voz de Dedé Monteiro “Sou da Pajeú das Flores”. 

Porém, agora iniciaremos as reflexões com base nos conceitos desenvolvidos Pelo professor José Apolinário da UFRPE sobre o tema Currículo em Ação relacionado com a cidadania.


Ele começou a desenvolver o tema chamando a atenção para a grande dimensão do mesmo. Defendeu a ideia de que o que lhe parecia fundamental, pois não tinha uma certeza Cartesiana, é que a questão da cidadania tem estado muito no discurso do Professor.  Nesse sentido, para ele, a palavra estaria muito desgastada. “ Muitas vezes utilizamos palavras que nem sequer conhecemos, cidadania é uma delas”, diz ele.  Em outras palavras formar cidadãos é uma coisa bem mais ampla do que simplesmente conceituar o vocábulo.

Para o Professor, a discussão da cidadania requer mudanças que são processuais e históricas.  Um dos pressupostos deste debate é que “não há como discutir cidadania sem a historicidade”.

E questiona: “que tipo de cidadania estamos ensinando”? Será que a cidadania que ensinamos interessa ao mercado? Claro que não.

 Para ampliar o conceito ele faz uma retrospectiva histórica do tema desde a Grécia Antiga onde a “cidadania aristotélica” só contemplava os "cidadãos livres" maiores de 21 anos, deixando de fora a mulher, pois a mesma, para eles, não tinha alma e estava desprovida da capacidade de pensar.  É claro que este tipo de cidadania não interessa para nós brasileiros, não é mesmo? Na Pólis grega se reuniam 3 mil cidadãos para discutir e deliberar sobre os destinos da cidade.  É claro também que este tipo de democracia direta também não tem como ser praticada no Brasil de hoje, não é mesmo?
  
O professor ainda voltou no tempo também no Brasil lembrando um dos dispositivos da primeira constituição que estabelecia o voto censitário mostrando como nesse tempo a cidadania só era para quem tivesse uma determinada renda.

E a cidadania hoje no Brasil?  Para ele “a cidadania no liberalismo tem uma perspectiva individual, pois o cidadão é aquele detentor da propriedade”. Logo, conclui-se que os trabalhadores estão de fora deste tipo de cidadania.

Mas será que nada mudou neste período histórico no Brasil da primeira Constituição para cá? Claro que mudou. Mas a perspectiva de cidadania voltada meramente para os interesses do mercado não interessa a classe trabalhadora. Por isto o professor precisa defender outro tipo de cidadania. Mas quais seriam as características básicas ideais da cidadania ensinada por nós Professores?  Quais são os conceitos desenvolvidos daqui para frente pelo professor Apolinário?    Confira na próxima parte. 

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