Editorial do site Vermelho:
No ano eleitoral, o vale-tudo já se instaurou nas hostes
oposicionistas e na ação da mídia monopolista privada. O alvo é a presidenta
Dilma e seu governo. O objetivo é impedir a reeleição da mandatária em outubro
próximo.
Os recentes acontecimentos demonstram que as forças
políticas empenhadas em interromper o ciclo progressista inaugurado com a
eleição de Lula em 2002 não vão se deter diante de nada para alcançar seus
objetivos, mesmo que seja necessário realizar manobras políticas torpes e levar
o país ao caos.
A presidenta Dilma Rousseff, continuadora da etapa de
conquistas democráticas e progressistas e líder de uma ampla coalizão
democrática, é vítima de uma sistemática campanha de difamações. Os dois
candidatos oposicionistas – Aécio Neves, do PSDB, e Eduardo Campos, da
coligação PSB-Rede-PPS – agem em concertação, estando no momento empenhados em
desgastar a mandatária, hostilizá-la com a ajuda dos meios de comunicação, por
meio de pronunciamentos de cunho eleitoral e em declarações de seus
representantes nas casas legislativas. É uma ofensiva política que no fundo
pretende paralisar o governo e desestabilizar o país.
Todos os analistas econômicos sabem que a leve alta
inflacionária observada nas últimas semanas deve-se à sazonalidade na produção
e comercialização de determinados alimentos. Mesmo assim, faz-se uma campanha
sistemática para apresentar um cenário de caos econômico, descontrole
financeiro, bancarrota das contas públicas e descalabro administrativo.
Erros pessoais de parlamentares do Partido dos
Trabalhadores, atos isolados de irregularidades, são exibidos pela mídia como a
expressão de corrupção sistêmica e irremediável no governo federal.
Nesse quadro, desenvolve-se a grande batalha legislativa e
política do momento – a criação de uma CPI no Congresso Nacional para
investigar supostas irregularidades na compra em 2006 da refinaria de Pasadena,
Estados Unidos, pela Petrobras.
Em torno do controvertido caso, sobre o qual a diretoria da
empresa à época já deu sobejas explicações, que serão acrescidas pelo
depoimento que a presidenta atual da empresa, Graça Foster, fará esta semana no
Senado, surgiram outras denúncias sobre a prática de lavagem de dinheiro e
outras traficâncias praticadas por ex-diretores da estatal, que já estão sob
rigorosa investigação e repressão da Polícia Federal e de órgãos de controle da
administração pública.
Não obstante, há duas semanas que, em orquestração com os
partidos e candidatos oposicionistas, principalmente o PSDB e o PSB, o tema é
tratado com estardalhaço como se a vida política e econômica do país se
reduzisse a isso e o governo estivesse paralisado administrativamente.
Por isso, assume destaque político a batalha que ocorre no
Senado e na Suprema Corte – e pode ter desfecho esta semana – em torno da
criação da CPI. A oposição pretende pôr na alça de mira apenas a Petrobras. Já
as forças aliadas do governo demonstram estar dispostas a engajar-se no
inquérito parlamentar, desde que este seja abrangente e se volte também para as
denúncias sobre atos de corrupção em governos estaduais comandados por partidos
oposicionistas que estão agitando a bandeira da CPI.
É nesse quadro que se destacam os chamamentos feitos nos
últimos dias tanto pela presidenta Dilma Rousseff como pelo ex-presidente Lula
para que as forças progressistas assumam seu papel no enfrentamento político.
Serena e firme, a presidenta, em contato com a juventude e
movimentos sociais organizados, anunciou sua disposição de ir à luta em torno
da reforma política democrática e tem demonstrado disposição de não retroceder
em seu combate político para continuar liderando o processo de mudanças no
país, o que implica a reiteração do seu ânimo para enfrentar a batalha
eleitoral de 2014.
Por seu turno, o ex-presidente Lula manifestou disposição
para desmascarar as falsas acusações dos partidos e candidatos oposicionistas,
contribuir para a unidade das forças que apoiam o governo e na mobilização do
apoio popular à reeleição da presidenta Dilma.
Como tem assinalado o presidente nacional do PCdoB, Renato
Rabelo, o Brasil encontra-se diante de uma encruzilhada política – avançar na
realização das mudanças de sentido progressista, ou capitular à chantagem da
oligarquia financeira e das forças que lhe dão sustentação política.
Está cada vez mais claro que as classes dominantes e seus
elos internacionais não aceitam a continuidade de um governo comprometido com o
progresso social e o desenvolvimento nacional soberano. Por isso, não aceitam a
continuidade do governo Dilma e tudo farão para impedir sua reeleição.
Num quadro como este, a esquerda não pode ser condescendente
nem passiva. Ir à luta é o seu elemento.
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