Autor: Fernando Brito
Meu amigo, minha amiga, se existir um ingênuo na face da
Terra que ainda acredite que o desempenho das ações em Bolsa guarde a menor
relação com o desempenho das empresas, não é possível que não tenha despertado
hoje.
Depois de uma manhã tranquila, os operadores foram almoçar
e, de repente, entre o prato principal e a sobremesa, o garçom veio avisar:
- Ó, tão falando que a mulher subiu nas pesquisas.
Pronto, foi o que bastou para saírem em disparada, gritando:
vende, vende, vende!
Será que a Bovespa está querendo tirar o título do Ibope em
matéria de manipulação de números?
Bobagem.
Até porque todo o tal “mercado” está devidamente alimentado
por informações de pesquisa que nós, meros mortais, não temos.
Em alguns casos, porém, todos ficam sabendo, como publicou
este blog, no domingo, chamando atenção para o fato de Eliane Cantanhede ter escrito em sua coluna
cheirosa que “depois de estancar a queda (nas pesquisas), pois, Dilma deve
voltar a subir”.
O que, duas horas depois da despencada da Bolsa, foi
confirmado hoje pela coluna de Ricardo Noblat, que diz que não apenas ela parou
de cair como, talvez, “recupere uns pontinhos”
Claro que até quinta-feira, quando os números do Ibope
vierem á tona, dá para fazer “ajustes”.
Mas está claro que a soma de dois fatores – a retomada de um
discurso mais incisivo de Dilma e de Lula e a campanha de sabotagem ter ficado
tão “over” que começou a despertar suspeitas – é a responsável por esta mudança
de clima.
O sobe e desce da bolsa com boatos, seja porque Dilma “cai”,
seja porque “Dilma sobe” é apenas um retrato da confiança do nosso mercado
naqueles “fundamentos macroeconômicos”
dos quais enchem a boca para falar.
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