Em entrevista ao 247, Alberto Cantalice, vice-presidente do
PT, reage aos posicionamentos de Arnaldo Jabor, que diz que o Brasil está
"com ódio de si mesmo" e que, por isso, "é preciso tirar do
poder esses caras", e de Marco Antonio Villa, que prevê a morte do PT e do
ex-presidente Lula; segundo Cantalice, "quem está disseminando ódio não
são as forças de esquerda, mas as forças conservadoras, que querem manter seus
privilégios"; sobre a teoria do historiador, o petista acredita não ter o
"menor cabimento", uma vez que o partido cresce a cada eleição;
"Quem está morrendo é a mídia impressa, que usa espaço para esse tipo de
colunista pseudo pitbull para poder fidelizar um eleitor que já é conservador
por excelência"
6 de Maio de 2014 às 12:12
Gisele Federicce, 247 – As teses de Arnaldo Jabor e Marco
Antonio Villa sobre o Brasil e o PT foram rebatidas horas depois nesta
terça-feira 6 pelo vice-presidente do Partido dos Trabalhadores, Alberto
Cantalice, em entrevista ao 247. Para Cantalice, que é responsável pela área de
mídias sociais no partido, o cineasta e comentarista da Globo e o historiador
"são dois farsantes". Em artigos na imprensa, Jabor afirma que o País
está "com ódio de si mesmo" e que, por isso, "é preciso tirar do
poder esses caras" (leia aqui). Já Villa prevê a morte do PT e de Lula nas
eleições de outubro (leia aqui).
"Quem está disseminando ódio não são as forças de
esquerda, se você acompanha as redes sociais, vê que quem dissemina ódio são as
forças conservadoras, que querem manter seus privilégios, que se opõem a tudo o
que é popular, contra Bolsa Família, contra Mais Médicos, programas sociais,
esses é que são os responsáveis por esse estado de coisas que estão
acontecendo", opina Cantalice. Para o petista, os dois colunistas "estão
perdendo prestígio, já não são aqueles formadores de opinião", mas sim
"deformadores de pensamento da opinião pública".
Em seu manifesto, Arnaldo Jabor, a quem Cantalice chama de
"cineasta decadente, que abandonou o ofício para fazer esse tipo de
comentário no Jornal da Globo", diz que ônibus queimados, presos
decapitados, crianças assassinadas por pais e mães, como o menino Bernardo, são
fruto de um mesmo fenômeno, cuja culpa é do Partido dos Trabalhadores. "A
chegada do PT ao governo reuniu em frente única os dois desvios: a aliança das
oligarquias com o patrimonialismo do Estado petista. Foi o pior cenário para o
retrocesso a que assistimos", diz ele.
Sobre a tese de Marco Antonio Villa, o vice-presidente do PT
acredita que "não tem o menor cabimento", uma vez que o partido vem
crescendo "ano após ano" nas eleições. "O Lula é o maior líder
político do País e do PT em particular, tem uma visão de Brasil que ninguém
tem. O PT é o único partido no Brasil que tem a preferência de mais de dois
dígitos da população, de 25% a 30%. Como é que está morrendo? Quem está
morrendo é a mídia impressa, que usa espaço para esse tipo de colunista 'pseudo
pitbull' para poder fidelizar um eleitor que já é conservador por
excelência".
Em artigo no jornal O Globo, Villa festeja hoje o fracasso
do PT em outubro. "A derrota na eleição presidencial não só vai implodir o
bloco político criado no início de 2006, como poderá também levar a um racha no
PT", antevê. Segundo ele, "as imposições de 'postes', sempre aceitas
obedientemente, serão criticadas. Muitos dos preteridos irão se manifestar,
assim como serão recordadas as desastrosas alianças regionais impostas contra a
vontade das lideranças locais. E o adeus ao PT também poderá ser o adeus a
Lula".
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