Por Altamiro Borges
O presidente do Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur),
Vicente Neto, concedeu nesta quinta-feira (19) uma entrevista sobre os impactos
da Copa do Mundo no Brasil. Entre outras informações, ele afirmou que o
megaevento gerou cerca de um milhão de empregos somente no setor de turismo. A
mídia tucana, com seu complexo de vira-latas e sua visão neoliberal de negação
do Estado, não deu qualquer destaque para a entrevista. Até a Agência Brasil,
que é pública, menosprezou o tema, talvez contaminada pelo pessimismo reinante
na chamada grande imprensa. Reproduzo abaixo trechos da entrevista, publicada
no Portal da Copa, e retorno na sequência.
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Presidente da Embratur: “Copa gerou mais de 15% dos 4,8
milhões de empregos criados no governo Dilma”
Qual a estimativa do total de empregos gerados pela Copa no
setor do turismo?
O total geral de novos postos de trabalho com a Copa chega
perto de 1 milhão. Desse total, 710 mil são empregos fixos e outros 200 mil são
postos temporários. Diretamente na cadeia do turismo, foram injetados 50 mil
trabalhadores. Isso significa que a Copa do Mundo representa mais de 15% da
geração dos empregos ao longo do governo da Presidenta Dilma Rousseff.
De que maneira grandes eventos como a Copa podem impulsionar
o setor de turismo no Brasil?
A Copa do Mundo põe o setor de turismo num novo patamar. Só
com este evento estamos criando cerca de 1 milhão de postos de trabalho
diretos, fora os indiretos. Adicione a isso os cerca de R$ 30 bilhões que,
segundo pesquisa da FIPE, serão injetados em nossa economia. Apenas no setor de
turismo estimamos movimentar R$ 6,7 bilhões, com gastos dos 3,7 milhões de
turistas nacionais e estrangeiros que irão circular pelo país durante o evento.
É importante ressaltar que esses novos empregos são, em grande parte, de maior
qualificação profissional. Isso porque estamos seguindo a determinação da
presidenta Dilma de implementar o Pronatec Turismo, uma vertente do Pronatec, o
maior programa de formação de mão de obra técnica da história do Brasil.
Quais são os principais investimentos feitos em qualificação
profissional no setor turístico relacionados ao Mundial?
Foram R$ 16,3 milhões no Pronatec Turismo, que treinoumais
de 160 mil brasileiros para receber bem os turistas nacionais e de outros
países. Somente em cursos de idiomas foram quase 30 mil matrículas. Mas quando
eu me refiro à formação de mão de obra, não é só a vinda do Pronatec, não é só
curso de línguas. A cadeia inteira está sendo beneficiada. O Sistema S fez
cursos para a formação de artesãos, houve cursos em todas as cidades-sede com
taxistas, motoristas de ônibus, entre outros.
Que impacto a Copa deverá ter na atração de turistas
estrangeiros ao Brasil?
Com a Embratur, realizamos uma ação internacional forte
chamada Goal to Brazil. Nós fomos a 14 países e agora estamos colhendo o
resultado de nossa circulação da promoção com a vinda de turistas bem
informados sobre o país. São cerca de 600 mil turistas de outros países que
virão ao Brasil durante a Copa. Nós fizemos, por exemplo, dois eventos promocionais
fortes nesse período na Colômbia, que é o quinto comprador de ingressos
estrangeiros.
(...)
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No jornal O Globo desta sexta-feira (20), a entrevista de
Vicente Neto mereceu uma nota de quatro parágrafos. Nenhum dos “calunistas” da
famiglia Marinho, sempre tão ágeis em seus comentários, tratou do assunto. Já a
Folha tucana deu generosas quatro linhas sobre a geração de um milhão de
empregos no setor de turismo. Haja jornalismo de qualidade e imparcial! No
mesmo espaço em que enterrou a entrevista do presidente da Embratur, o diário
da famiglia Frias aproveitou para fazer mais terrorismo contra o megaevento.
Segundo o jornal, a “Cesta da Copa sobe até três vezes mais que a inflação”,
com o aumento das passagens aéreas e de outros produtos e serviços nos último
ano.
“Além da Copa, outro fator que pode ter pesado na alta de
preços de passagens e hotéis é a antecipação das férias escolares para junho.
Para os analistas, é difícil mensurar qual o peso da Copa na inflação. No caso
dos alimentos, por exemplo, a pressão de custos é influenciada por fatores como
clima e impostos”, informa o jornal. Mesmo com esta ressalva, a matéria teve o
nítido propósito de culpar a Copa pela alta dos preços. Outro destaque na Folha
desta sexta-feira na retranca “A Copa como ela é”: “Picanha para o churrasco?
Só a da promoção”.
Como se observa, mesmo com o êxito do evento nestes
primeiros dias, a mídia tucana não abandona os seus objetivos políticos. Ela
está em plena campanha eleitoral!
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