Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania:
A esta altura, milhões de brasileiros já começam a se
perguntar onde está o “caos” que a mídia, os partidos de oposição e os grupos
organizados que promovem vandalismo diziam que sobreviria nos aeroportos, nas
vias públicas e nos estádios quando os turistas estrangeiros começassem a
chegar para a Copa de 2014.
No terceiro dia, tudo está funcionando. Nenhum problema relevante
foi detectado. A falta do que criticar é tanta que as injúrias contra Dilma
Rousseff na abertura do evento, em São Paulo, e a simplicidade da cerimônia de
abertura se tornaram os alvos da mídia oposicionista.
Sobre os palavrões atirados contra a presidente da
República, foram um tiro no pé. Até a grande mídia e a oposição, que de início
se animaram com o que fez um grupelho de endinheirados que, da área “VIP” das
arquibancadas, puxou o coro obsceno contra a presidente, tiveram que voltar
atrás.
Aécio Neves, por exemplo, que inicialmente atribuiu as vaias
à “arrogância” de Dilma e tentou faturar em cima dos insultos de que ela foi
alvo, teve que mudar o discurso e passou a “condenar” a falta de civilidade do
grupelho que puxou o coro insultante de apenas uma parte do público, conforme o
vídeo abaixo deixa claro.
O desatino de grupelhos endinheirados e de adolescentes
hipnotizados por partidos políticos espertalhões autoproclamados “de esquerda”,
assim como a falta de confirmação do catastrofismo midiático, tudo isso tem
potencial para causar reviravolta no quadro político. Aqui e ali, já se escuta
que houve exagero nas previsões de que o Brasil iria “passar vergonha”.
A aposta no “caos”, porém, foi tão grande que, se nada
acontecer para dar alguma razão aos grupos de mídia e aos partidos de esquerda
e direita que vêm atacando a realização da Copa no Brasil, Dilma pode sair
fortalecida do processo. E, dada a disposição oposicionista para tentar alterar
artificialmente o resultado das eleições deste ano, dificilmente esses grupos
ficarão parados assistindo isso acontecer.
Os protestos violentos, coordenados por partidos de
esquerda, não estão causando o que seus autores acharam que causariam. Até
porque, a violência fez esses grupos perderem muitos adeptos, de forma que não
passaram de poucas centenas os que saíram à rua dispostos a barbarizar. E,
surpreendentemente, até aqui a polícia ainda não cometeu grandes excessos.
Assim sendo, caso a Copa transcorra em tranquilidade, com
tudo continuando a funcionar como tem funcionado até aqui, o efeito eleitoral
do evento pode ser o oposto do que os grupos políticos sem votos e os grupos de
mídia pretendiam. Ora, ninguém imagina que essa gente irá se conformar com
isso.
Mas o que fazer? Para Dilma ser responsabilizada por algum
problema este não pode decorrer de ações como a dos black blocs. Durante anos,
os brasileiros foram bombardeados com a premissa de que iríamos “passar vergonha”
por problemas organizacionais, mas como nada indica que isso deverá ocorrer não
é difícil supor que possam tentar sabotagem.
Entre todas as possibilidades de sabotagem existentes, a que
mais atiça os instintos primitivos desses energúmenos das ruas e dos “aquários”
da mídia é a possibilidade de apagão. Um estádio lotado e às escuras, talvez
até com queda de transmissão pela tevê, seria a “glória” para a direita e a
extrema esquerda.
O caos energético é tão almejado pelos adversários de Dilma
que nas redes sociais já há grupos propondo verdadeiras loucuras, como o da
página no Facebook abaixo reproduzida:
Apesar da cretinice e da inviabilidade dessa ideia de
jerico, em um país deste tamanho, com milhares e milhares de quilômetros de
linhas de transmissão, parece praticamente impossível evitar algum atentado que
deixe alguma região sem luz.
Mas essa não é a única possibilidade de sabotagem. Há outras
mais graves.
Recentemente, o perfil do blogueiro no Facebook recebeu
mensagem privada em que o signatário, pedindo para não ser identificado,
afirmou que deixou um dos grupos que planejam protestos contra a Copa por ter
ficado assustado com propostas como a de um ataque a delegações estrangeiras.
Detalhe: a proposta era para o ataque ser violento, com uso
de coquetéis molotov, o que, no limite, poderia até custar vidas.
Mas não é dos grupos isolados de militontos contrários à
Copa que vem a maior preocupação, pois propostas malucas são comuns entre gente
assim; levá-las a cabo é outra coisa.
O que preocupa são os grupos empresariais de mídia. Estes,
estão prestes a se desmoralizar caso o evento transcorra sem maiores problemas.
Grupelhos de adolescentes desmiolados podem ser contidos com certa facilidade,
mas empresários poderosos têm mais recursos.
A Copa de 2014 pode deixar um saldo belíssimo para o país. A
boa organização do evento pode projetar internacionalmente o Brasil. O orgulho
dos brasileiros ao verem seu país sediar o maior evento esportivo do mundo e
tudo dar certo seguramente terá efeitos eleitorais e, como todos sabem, o lado
de lá está disposto a tudo para retomar o poder.
Vencido o desafio da infraestrutura, cabe ao governo Dilma o
segundo desafio, o da proteção do país contra atos – criminosos – de sabotagem,
sem os quais o governo federal será reconhecido por ter organizado bem o
evento. Chega a ser inverossímil que não tentem sabotar. Subestimar essa
possibilidade será um grande erro.
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