Do site Muda Mais:
Com o resultado vitorioso de Dilma nas urnas, merece atenção
o fato de que a maioria dos brasileiros não quer o retrocesso, a intolerância.
Não quer a segregação, os preconceitos ou o domínio do mercado financeiro na
agenda nacional. Em um balanço sobre ganhadores e perdedores nesta eleição, o
saldo é positivo.
Venceram os movimentos sociais, a sociedade civil
organizada, as vozes das ruas. Venceram as pautas de Direitos Humanos e aqueles
movimentos representados por figuras simbólicas como Jean Wyllys, Marcelo
Freixo e Emicida. Venceram os movimentos de juventude, de mulheres, o movimento
negro, o movimento LGBT. Venceu a participação social, venceu a proposta de uma
reforma política com participação popular, mesmo com os deputados conservadores
deixando claro que não querem maior participação da sociedade nos rumos
políticos do país, com a derrubada do decreto de participação social na Câmara.
Saíram vitoriosos também os movimentos que lutam pela
cultura no Brasil. Ganhou a valorização dos movimentos populares de expressão
brasileira, como o funk (e o passinho que o diga...), o hip hop, a música
popular com jovens artistas. O projeto defendido por Lula e Dilma teve o apoio
de ícones da música brasileira, do cinema e da televisão. Enquanto isso, quem
perdeu foi quem tentou segregar a Cultura em encontros esvaziados, os que acham
que o tema é de menor importância, os que tentam pasteurizar e esvaziar a
cultura pulsante que é produzida por e para brasileiros de todos os cantos do
país.
Venceu a valorização do esporte, com a continuação de
projetos como o Plano Brasil Medalhas e o Bolsa Atleta Pódio. Perdeu quem não
valoriza os atletas, quem não defende a modernização do futebol.
A grande imprensa que, em muitos momentos, fugiu do seu
papel de informar a sociedade com respeito aos fatos e responsabilidade, também
saiu perdendo porque teve sua credibilidade seriamente abalada. Em uma atitude
corajosa, Dilma foi à televisão deixar claro que, em um estado democrático de
direito, a imprensa tem o dever de cumprir o seu papel informativo e praticar o
bom jornalismo. E quando não o faz - e, ainda mais grave – quando ofende e
calunia sem provas, tem de pagar na Justiça por seus erros. Depois de eleita,
Dilma voltou a reafirmar seu compromisso com a regulamentação econômica da
mídia, não para cercear a liberdade de imprensa, sendo ela uma das maiores
defensoras da liberdade no nosso país, mas justamente para democratizar a
informação e garantir o direito de resposta.
Saíram vitoriosos a internet, os blogueiros progressistas,
os ativistas que lutaram pelo Marco Civil da Internet e o viram ser aprovado
depois de ampla discussão e participação social. Essa lei é simbólica na nossa
história, não só por ter se tornado um exemplo internacional de governança na
web, mas por garantir que a internet continue sendo um meio democrático,
participativo e livre, com respeito aos direitos de todos os usuários.
Perderam o mercado, os especuladores, aqueles que passaram
todo o período de governo e a eleição tentando propagar um clima de terrorismo
econômico no Brasil. Perderam os banqueiros, perderam aqueles grandes bancos
privados que tanto pregaram o medo de uma reeleição de Dilma, perdeu o mercado
financeiro neoliberal que queria a autonomia do Banco Central.
Do outro lado, ganharam os bancos públicos – Banco do
Brasil, Caixa Econômica e BNDES -, que nunca estiveram tão em pauta nas
eleições por seu papel primordial em fornecer subsídios para que o país
continue crescendo por meio das políticas sociais, do Minha Casa Minha Vida, do
Pronaf, do fortalecimento das empresas brasileiras e das obras de
infraestrutura que, neste governo, colocaram o Brasil entre os 50 países com as
maiores obras do mundo.
O diagnóstico é que a batalha ainda está longe de terminar,
mas com certeza acabamos as eleições e começamos um novo ciclo com um país e um
governo fortalecidos pelas pautas da democracia, que colocam as pessoas no
centro e em primeiro lugar. Vencemos o conservadorismo, a mentira e o ódio com
a verdade e o comprometimento com um projeto que mudou o país pra melhor e tem
mais quatro anos pra mudar ainda mais. A mudança pedida pelas ruas é essa. O
futuro está nas nossas mãos, e o caminho agora é de luta diária e cotidiana por
um Brasil melhor.
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