Por Miguel do Rosário, no blog O Cafezinho:
Eis que a Globo, finalmente, libera os áudios vazados de
Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff.
Denunciando a intenção, a Globo recorta somente a parte em
que Costa fala do PT.
Yousseff, por sua vez, fala que os partidos “pressionaram”
Lula a nomear Costa.
Ou seja, praticamente inocenta Lula e o PT de qualquer
relação mais direta com o executivo.
Paulo Roberto Costa, no entanto, quando fala do PT, se
limita a fazer acusações levianas, do tipo “todos sabiam”, “o que se rezava
dentro da companhia”.
Em nenhum momento fala que ouviu alguma coisa concreta, que
possui algum documento, que presenciou alguma coisa.
A propina que ele mesmo levou, e confessou, era para o PP,
partido que o indicou.
É a única coisa que ele admite ter presenciado e
participado.
O resto é golpe.
O áudio de Alberto Yousseff segue a mesma linha.
É óbvio que Yousseff e Costa armaram uma delação por
encomenda, feita para o período eleitoral.
Uma combinação entre dois acusados e a Globo. Ainda não sei
se a mídia faz o jogo dos bandidos, ou se os bandidos fazem o jogo da mídia.
O vazamento das delações é triplamente criminoso.
Primeiro porque são sigilosos, ou deveriam ser, para
permitir que as investigações se aprofundem e para não dar cartaz às mentiras
de um bandido em desespero.
Segundo porque, não valendo nada juridicamente (só valem com
provas), incriminam pessoas e instituições, cuja única culpa é terem seus nomes
citados por um criminoso.
Terceiro, porque interferem no processo eleitoral.
Ao invés de estarmos discutindo propostas, as eleições no
país com a quinta população do mundo, o sexto ou sétimo PIB, ficam penduradas
nas delações ardilosas de dois bandidos.
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