Como é que a Fel-lha sabe quem são os “laranjas” ?
Sugestão do amigo navegante Paulo Galvão no Twitter
O Conversa Afiada reproduz do Viomundo delicada carta que o
Azenha enviou à sra Guevara, que sonegou informações ao Amaury, a ponto de o
Amaury enviar-lhe uma banana, com todo o respeito.
NOSSO ALDERTA AO
ICIJ: MÍDIA SONEGOU INFORMAÇÃO A LEITORES
Cara srta. Guevara [vice-diretora do Consórcio Internacional
de Jornalistas Investigativos],
Depois de ler sua troca de mensagens com o jornalista Amaury
Ribeiro Jr., estou confuso.
O ICIJ escolheu apenas um investigador no Brasil, o muito
respeitado jornalista Fernando Rodrigues, e apenas uma empresa de mídia, o
UOL-Grupo Folha [para apurar e divulgar as contas do HSBC no caso Swissleaks].
Como estamos falando de mais de 8 mil clientes brasileiros
do HSBC, qual será o critério para separar os “relevantes” dos “irrelevantes”?
Eles do UOL sabem antecipadamente quais nomes são de
“laranjas” — como chamamos em português as pessoas que deixam usar seus nomes
para esconder dinheiro sujo?
Quais são os critérios para priorizar este nome e não aquele
outro? Fama?
Não faria mais sentido se o ICIJ tivesse escolhido parceiros
múltiplos para a apuração no Brasil, de maneira a evitar os riscos sobre os
quais Amaury Ribeiro Jr. alertou?
Por favor, siga a lógica: uma vez que o ICIJ nunca publicará
a lista completa de clientes brasileiros do HSBC, como estaremos certos de que
nomes não mencionados não escondem segredos sobre os quais a sociedade
brasileira tem o direito de saber?
Tenha em mente que há muitos motivos para ceticismo em
relação às corporações de mídia brasileiras.
Como o Repórteres Sem Fronteiras relatou, o Brasil é a
“Terra dos 30 Berlusconis”. As famílias que controlam a mídia brasileira agem
como um partido de oposição. Elas tem uma agenda política e a seguem em suas
publicações, mesmo que isso implique em esconder informação.
Um exemplo?
Amaury Ribeiro Jr. escreveu um bestseller sobre as
privatizações no Brasil chamado A Privataria Tucana.
Mas o livro foi considerado “não notícia” pela maior parte
da mídia brasileira durante semanas. Depois que o livro se tornou um best
seller, a mídia passou a dar atenção a ele, mas apenas para atacar o conteúdo.
Outro exemplo?
Foram blogueiros que noticiaram que as Organizações Globo,
nosso grande conglomerado de mídia, haviam sido multadas em R$ 600 milhões por
sonegar impostos na compra dos direitos de transmissão das Copas de 2002 e
2006.
De acordo com documentos oficiais, a operação foi feita com
a criação de uma empresa fantasma nas ilhas Virgens Britânicas, notórias pela
lavagem de dinheiro sujo.
Notícia, não? Não, de acordo com a maior parte da mídia
brasileira. Outra vez, foram semanas até que a notícia saísse aqui ou ali.
Nos dois casos, o comportamento vergonhoso foi adotado pelos
seus parceiros do UOL-Folha.
Nós, no Brasil, já não ficamos tão surpresos com tal comportamento.
As grandes empresas de mídia promoveram e se beneficiaram da
ditadura militar que torturou, matou e “desapareceu” com brasileiros.
O Grupo Folha, aliás, teve alguns de seus veículos de
distribuição usados por gente ligada à ditadura e emprestou um dos títulos, o
da Folha da Tarde, para ser porta-voz da repressão.
Francamente, ficamos surpresos com a decisão do ICIJ de
escolher um único parceiro para lidar com informação tão relevante para a
sociedade brasileira, considerando o que acabamos de relatar.
Saudações,
Luiz Carlos Azenha
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