Autor: Fernando Brito
Na coluna de Monica Bergamo, na Folha, a declaração de quem
sabe – porque está recebendo as perguntas e as propostas de acordo da Polícia
Federal, do Ministério Público, com a cobertura do Juiz Sérgio Moro, que
estende indefinidamente a duração da prisão dos acusados – o objetivo do método
“vai ficar preso até que diga o que queremos que você diga”.
O ALVO
Pelo menos um advogado que tem mantido contato com
autoridades que integram a operação disse à coluna entender que algumas delas
têm entre suas metas envolver, de alguma forma, Lula nas investigações. A
empreiteira que ele representa, no entanto, não estaria disposta a colocar
lenha nessa fogueira.
Na visão desse advogado, não se trata de um movimento
antipetista de procuradores ou policiais -mas sim da busca de alguns pela
suposta “glória” profissional de capturar o maior de todos os personagens
políticos na rede do escândalo da Petrobras.
*
Alguém ainda duvida disso?
A única coisa difícil de acreditar nisso é que executivos
acostumados à vida milionária, eles próprios portadores de uma visão
conservadora e elitista da sociedade e na iminência de perderem seus impérios
vão resistir a fazer isso.
Basta dizer: Lula me telefonou e agradeceu a doação (legal,
que virou ilegal, porque pode ser livremente associada às propinagens) ao PT.
Ou então dizer, na inauguração de alguma obra, que o barbudo falou assim:
“olha, companheiro, eu soube da sua ajuda ao PT, a gente tem de enfrentar esta
luta eleitoral, né?”.
Pronto, está feita a associação que se precisa (ou talvez o
Dr. Moro nem precise, já que escreveu para a Ministra Rosa Weber ler o voto que
dizia que “não é preciso provas para
condenar”).
Até porque se vai prometendo “perdão” e “mais perdão” a quem
der esta preciosa colaboração.
Os fatos pouco importam, como pouco importa punir quem
roubou, tanto que se os perdoa a granel.
O que importa é que as pessoas acreditem que é preciso uma
solução extra-política, como se fez em 1989, com os “marajás” , segundo a qual
eles seriam os responsáveis únicos pelas desgraças nacionais.
Arranjaram um homem jovem, cheio de declarações moralistas e
tonitroantes, para caçá-los, lembram-se?
Que sonhos, hoje, povoam a mente do juiz Sérgio Moro?
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