Quem financiava a Globo, quer dizer, o IBAD ?
Como se sabe, o historialista dos chapéus assegura que o
Jango caiu porque gostava de pernas: de coristas e de cavalos…
É o historialista de preferência da Casa Grande …
A Jandira Feghali tem outra explicação:
Nada é coincidência
Sem que muita gente saiba, parte do ovo da serpente de 1964
começava a ser fecundado bem antes do dia 31 de março. Dois anos antes, como
uma estratégia bem tramada, entidades de pensamento ultraliberal eram inundadas
de dinheiro estrangeiro com o objetivo de atacar ideologias de Esquerda e
defensores do campo progressista. Uma parte da História que nos remete ao
momento atual.
Quase ninguém se recorda do americano Ivan Hasslocher, que
comandava o misterioso Instituto Brasileiro de Ação Democrática (IBAD),
entidade que tinha o objetivo de financiar – e comandar – candidatos
brasileiros que defendiam os interesses dos Estados Unidos. Sem sutileza
alguma, a entidade chegou a financiar mais de 600 candidatos à época,
desembolsando mais de “1 bilhão de cruzeiros”. Consta nas memórias do
ex-deputado Eloy Dutra (PTB) que o dinheiro provinha do The Royal Bank of
Canadá, Bank of Boston e The National City Bank of New York.
O papel do IBAD fora um importante pilar para a instalação
do vergonhoso Regime Militar e seu rasgo em nossa democracia. Setores
conservadores brasileiros e organizações do empresariado paulista passaram a
integrar o IBAD, onde protagonizarem a lamentável “Marcha com Deus e a família
pela liberdade”, reunindo camadas médias num ato de desprezo ao governo de João
Goulart e tudo que ele representava.
É neste ponto da História que as “coincidências” se
refletem. Ainda que as dificuldades geopolíticas influenciem a economia
brasileira, parece insuportável às forças do capitalismo internacional e
nacional a continuidade de um projeto democrático e popular num Brasil que
defende a soberania, direitos sociais e distribuição de renda para o
desenvolvimento justo, e pior, com um valioso pré-sal sob domínio de seu povo.
Os 12 anos de governo Lula e Dilma ainda são um dolorido soco no estômago do
capital financeiro.
Não é à toa que, cada vez mais, surgem indícios de
contribuição financeira e ideológica de grupos ultraconservadores
internacionais por trás dos protestos “espontâneos” contra o Governo Federal.
De acordo com o jornalista Antônio Carlos, em reportagem para Carta Capital, os
bilionários irmãos estadunidenses Koch, que possuem interesses em gás e
petróleo, atuam com forte lobby em entidades que lideraram as recentes
manifestações de 15 de março, como a do Movimento Brasil Livre, nascido há
pouco mais de 1 ano, porém com objetivo nublado e de representantes nada
convincentes.
O caldo de ódio inflado por grupos como este, tidos como
“autênticos”, generalizando a política como corrupta e pregando a interrupção
de um governo democraticamente eleito, é mais uma tentativa de retrocesso
inaceitável. Geram pelo país ondas de ira sem volta, permitindo espaço nas ruas
a grupos fascistas e pregando absurdos como a privatização da Petrobras. Tudo
não passa de um oportunismo destas forças que pouco se importam com a desestabilização
do país e a consequente ruptura democrática.
Os interesses econômicos internacionais e de setores
nacionais, como se vê, são capazes de tudo. Cabe ao Brasil defender seu
patrimônio e não ceder na discussão política, nas ruas, ou no Congresso Nacional.
A caminhada do PCdoB nesta trincheira é longa e histórica, pois as lutas pela
liberdade e emancipação do povo estão na sua essência. Perdemos muitas vidas
nesta trajetória e é por isso que resistiremos para que o atraso não se
aproprie do futuro de nossos filhos, mantendo o embate aberto, arejado, sem
medo, com a coragem de quem conhece e rememora o passado e quer avançar muito
mais. Bem mais.
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