A presidente da Associação dos Magistrados de Justiça do
Trabalho de São Paulo, Patrícia Almeida Ramos, afirma que o projeto de lei
4330/04, que autoriza a terceirização de funcionários em qualquer atividade de
uma empresa, simboliza um "retrocesso muito grande em toda a discussão
sobre direitos trabalhistas das últimas décadas"; a juíza discorda que
terceirização ilimitada reduza o desemprego e traga segurança jurídica;
"Nós não queremos criar subterfúgios, criar um problema e daí vir com um
remendo de solução, nós queremos manter um direito historicamente constituído.
Não tenho dúvidas de que a aprovação do PL 4330 aumentará o índice de
desemprego", afirma
21 de Abril de 2015 às 07:23
247 - A presidente da Associação dos Magistrados de Justiça
do Trabalho de São Paulo, Patrícia Almeida Ramos, afirma que o projeto de lei
4330/04, que autoriza a terceirização de funcionários em qualquer atividade de
uma empresa, simboliza um "retrocesso muito grande em toda a discussão
sobre direitos trabalhistas das últimas décadas". A juíza discorda que
terceirização ilimitada reduza o desemprego e traga segurança jurídica. Ela
avalia que a terceirização cria "carcaças de empresas", que acabam
com um referencial claro sobre quem é responsável pelos funcionários, o que
"interessa apenas aos empresários".
"A Anamatra (Associação Nacional de Magistrados
Trabalhistas) e as Amatras (Associações Regionais de Magistrados Trabalhistas)
têm se manifestado publicamente contra o PL 4330. Temos feito cartas abertas à
sociedade e reuniões com deputados para disputar a opinião pública. Acho que os
trabalhadores ainda não entenderam a gravidade da situação, se entendessem as
mobilizações de rua seriam maiores", afirma ela.
Patrícia Ramos diz que é "muito comum" que as
terceirizadas não paguem os impostos devidos aos trabalhadores, não recolham
fundo de garantia e atrasem salários. "Nós não queremos criar
subterfúgios, criar um problema e daí vir com um remendo de solução, nós
queremos manter um direito historicamente constituído. Não tenho dúvidas de que
a aprovação do PL 4330 aumentará o índice de desemprego, pois os empregados
terceirizados terão de aumentar sua carga de trabalho para receber um salário
significativo, o que reduzirá o número de vagas no mercado de trabalho. E os
empregos oferecidos terão condições precárias. O empregado continuará [e serão
exigidas] as mesmas obrigações; em contrapartida, seus direitos serão
reduzidos", diz.
Aqui neste link a entrevista na íntegra.
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