Empreiteiro da UTC revelou aos investigadores da Lava Jato
que o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro Aroldo Cedraz (foto), presidente
do Tribunal de Contas da União, recebia R$ 50 mil por mês para passar a Ricardo
Pessoa informações do tribunal que envolvessem os interesses da construtora; o
escritório de Tiago também foi contratado para atuar em caso sobre a Usina de
Angra 3, serviço para o qual fechou o pagamento de R$ 1 milhão; denúncia afeta
diretamente a credibilidade da corte, que já se move pelo impeachment com a
questão das "pedaladas fiscais" (Fonte: Brasil 247)
27 de Junho de 2015 às 07:11
247 - Além de doações a campanhas de políticos de diversos
partidos, uma revelação do empresário Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC,
estremesse o Tribunal de Contas da União (TCU), que pode ter a credibilidade
implodida com o caso.
Segundo Pessoa, o advogado Tiago Cedraz, filho do ministro
Aroldo Cedraz, que preside o Tribunal de Contas da União, era pago para vazar
informações da corte, noticia reportagem publicada pelo Estadão neste sábado.
Tiago recebia, segundo revelou o empresário, R$ 50 mil por
mês para passar a ele informações do tribunal que envolvessem os interesses da
empreiteira. O escritório do advogado também foi contratado para atuar em caso
sobre a Usina de Angra 3, serviço para o qual fechou o pagamento de R$ 1 milhão
com a UTC.
O caso da usina discutia licitação para obras que chegavam a
R$ 2 bilhões. A UTC e outras empresas envolvidas na Lava Jato faziam parte do
Consórcio Una 3, que estava interessado no contrato bilionário. A concorrência
foi parar no tribunal de contas por representação de um dos participantes. Na
ocasião, o ministro Aroldo Cedraz se declarou impedido de votar, uma vez que o
escritório de seu filho atuava no caso.
Não é a primeira vez que o nome de Tiago é citado na Lava
Jato. Anteriormente, o policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho,
conhecido como "careca", revelou em depoimento ter levado
"dinheiro do [doleiro Alberto] Youssef" algumas vezes no escritório
do advogado, em Brasília.
Vale lembrar que atualmente o tribunal já se move pelo
impeachment da presidente Dilma Rousseff com o julgamento das chamadas
"pedaladas fiscais", prática corriqueira até mesmo em governos
anteriores, mas que podem levar à reprovação das contas de 2014. Os ministros
deram 30 dias para que a presidente Dilma Rousseff pudesse se explicar sobre o
que consideram ser irregularidades.
0 comentários :
Postar um comentário