Autor: Fernando Brito
O navio aí em cima, o Cidade de Maricá, é uma bela imagem, e
está sendo completado a todo vapor, mas é uma exceção. Ele está atracado ao
lado do Estaleiro Mauá, que vive o drama de uma pré-falência, mesmo com três
navios tanque em seu cais, quase prontos, esperando os acabamentos para que
possam levar derivados leves de petróleo. Estão parados, como parados estão os
mil trabalhadores do estaleiro.
O Sindicato da Construção Naval divulgou, semana passada, os
números do emprego nos estaleiros.
De dezembro a junho deste ano, os estaleiros, em todo o
país, fecharam 14.472 postos de trabalho: o número de trabalhadores caiu de
82.474 para 68 mil, agora.
A quatro pessoas na família de cada trabalhador
desempregado, são perto de 60 mil brasileiros
em dificuldades.
E uma inflexão na chamada “curva de aprendizado” essencial
para o desenvolvimento tecnológico da construção de navios que cobrará seu
preço por muito tempo depois da esperada recuperação do setor.
empregoestaleirosOs dados do Sindicato confirmam aquilo que
se escreveu aqui há 15 dias: já perdemos dois anos de avanços na cadeia
industrial ligada ao petróleo, ao menos em matéria de emprego, como você vê no
quadro ao lado, na primeira queda, em uma década, do número de trabalhadores na
construção naval, como você vê no quadro ao lado.
O Brasil perdeu sondas e cascos de navios-plataforma quem
diante das dificuldades dos fornecedores nacionais, tiveram de ser encomendados
na Ásia.
Logo, com a entrada de operação de novos poços, vamos
precisar de navios de grande porte, os “aliviadores”, que recolhem o petróleo
nos navios-plataforma e o transporta para as refinarias ou os leva aos
terminais de exportação.
Se não recuperarmos rapidamente a nossa capacidade de
produzir grandes embarcações, teremos de recorrer a afretamentos no
estrangeiro.
E indústria naval não é algo que se reconstrua do dia para a
noite.
Aí está o resultado da devastação provocada por uma investigação conduzida de forma a fazer
de todos suspeitos ou culpados antecipadamente, como faz o Dr. Sérgio Moro.
Ele, realmente, faz diferença.
Para pior.
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