Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
Para que servem os sites progressistas? Por que existem?
A sociedade sabe as respostas para ambas as questões, mas a
mídia tradicional insiste em tentar manipular as pessoas.
Os sites progressistas servem, fundamentalmente, para dar
pluralidade ao mercado de notícias e opiniões.
E existem por causa disso: porque há uma expressiva parcela
de brasileiros que não se satisfazem com o que lhes é oferecido, ou impingido,
pela Globo, pela Veja, pela Folha e por aí vai.
É, no fundo, uma questão de mercado.
O conservadorismo monolítico das grandes empresas
jornalísticas – já não tão grandes assim na Era Digital, aliás – abriu espaço
para sites com outra visão de mundo.
Chamar os sites progressistas de governistas é uma mistura
de mentira e obtusidade.
Sob qualquer governo, eles seriam o que são. O mesmo já não
se pode dizer da grande imprensa: ela protege administrações conservadoras e
fustiga administrações populares. Com isso, defende não os interesses da
sociedade, mas os seus próprios.
Que o mercado pedia isso - outras vozes - está claro. É só
ver os números.
O DCM, por exemplo.
Tivemos, em junho, 3,4 milhões de visitantes únicos. É o
melhor termômetro de audiência: você conta apenas uma vez pessoas que entram
diversas ocasiões no site.
Os acessos são algumas vezes aquilo: no ápice da campanha
presidencial, o DCM bateu em 20 milhões de visualizações.
Importante: isto tudo foi conseguido num espaço de dois anos
e meio. Em janeiro de 2013, quando tomamos a forma atual de um espaço de
análises e informações, tivemos 200 mil acessos e 100 mil visitantes únicos.
Sites progressistas acolhem e propagam ideias que não
existem nas empresas jornalísticas.
Um exemplo notável: a desigualdade, o câncer nacional.
Jamais o combate à desigualdade esteve na pauta da mídia
tradicional. Seus donos sempre se beneficiaram dela, aliás: basta ver sua
colocação nas listas das maiores fortunas do país.
A imprensa sempre preferiu, por demagogia, fazer campanhas
contra a corrupção, por saber que num certo tipo de leitor menos qualificado
esse discurso hipnotiza.
Vital: não contra toda corrupção, mas contra aquela - real,
imaginária ou brutalmente ampliada - associada a governos populares.
Não é notícia nada que diga respeito ao PSDB. A roubalheira
no Metrô de São Paulo nunca foi assunto. A compra de votos para a reeleição de
FHC, idem. O aeroporto particular de Aécio também.
Um delator diz que um ex-presidente tucano recebeu 10
milhões de reais para melar uma CPI da Petrobras. Ninguém, na grande mídia, dá
a menor bola, porque este tipo de notícia mina a tese de que a corrupção
estásempre ligada a governos populares, de Getúlio a Jango, de Lula a Dilma.
Neste e em tantos outros assuntos, os sites progressistas
jogam luzes onde as corporações de jornalismo projetam sombras. (Fizemos,aqui,
levantamentos sobre assuntos tabus na imprensa, como o “Helicoca” e a sonegação
da Globo.)
Pessoas que são ignoradas pela mídia tradicional aparecem
nos sites progressistas, e enriquecem os debates.
No DCM, para ficar num caso, Jean Wyllys é figura frequente.
Vá ao arquivo da Veja e tente encontrá-lo.
A pauta dos sites progressistas é outra. São outros os
personagens, são outras as visões, são outros os princípios e valores.
São outros também os leitores. Veja os comentários do blogue
de Reinaldo Azevedo: são o primado do ódio, do preconceito, da homofobia.
Agora compare com os comentários dos sites progressistas.
São mundos diferentes.
Os anunciantes podem escolher o público que desejam atingir.
Não fossem os sites progressistas, esta escolha não existiria.
Como seria o debate no Brasil de 2015 se não houvesse o
contraponto digital?
Você pode imaginar.
O cidadão iria para o trabalho ouvindo a CBN ou a Jovem Pan.
Leria a Folha e a Veja. Veria à noite o Jornal Nacional e a Globonews.
É sempre a mesma mensagem. A isso se dá o nome de monopólio
de opinião.
Os sites progressistas surgiram e cresceram como resposta,
exatamente, a esse monopólio.
É para isso que servem. É por isso que existem.
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