Fonte: Blog da Helena
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, visitará
Cuba na próxima sexta-feira. Será a primeira vez que um alto executivo do
governo norte-americano estará na ilha, desde que as relações diplomáticas
começaram a ser restabelecidas. Kerry vai participar da cerimônia para içar a
bandeira norte-americana na Embaixada dos EUA, inaugurada em julho em Havana, e
será o primeiro chefe da diplomacia do país a visitar a ilha em 70 anos.
Além da cerimônia, Kerry deverá se encontrar com a alta
cúpula do governo cubano. Embora a agenda ainda não tenha sido divulgada, a
previsão é que ele se reúna com o chanceler Bruno Rodríguez.
Segundo a Casa Branca, a agenda prevê a continuidade do
diálogo de reaproximação. Os temas sensíveis para Cuba são o embargo econômico
e financeiro imposto pelos EUA à ilha e a restituição do território onde se
encontra a base norte-americana de Guantánamo, no Sul.
Para os norte-americanos, os direitos humanos, a situação
dos dissidentes e o tráfico de seres humanos são temas importantes nas
conversações.
A imprensa internacional, que acompanha a reaproximação, e
analistas entrevistados nos EUA afirmam que apesar do "recomeço"
ainda há muito o que se alcançar para o pleno restabelecimento das relações.
Em entrevistas e declarações, tanto Kerry quanto o
presidente Barack Obama adotam um tom cauteloso para falar das relações com
Cuba. Em julho, quando as embaixadas em Washington e Havana foram reabertas, os
EUA disseram que queriam manter "relações de boa vizinhança" com Cuba,
disse John Kerry, acrescentando que a normalização seria "longa e
complexa".
Obama, por sua vez, tem dito que não faz sentido manter o
isolamento de Cuba e a postura endurecida com relação à ilha que marcaram os
últimos anos. Mas desde que os dois governos tornaram públicas as negociações,
em dezembro do ano passado, ele afirmou que o caminho seria difícil e que
envolveria outros aspectos.
Um dos pontos que dependem de fatores que fogem ao desejo da
administração Obama, é o fim do embargo econômico dos EUA a Cuba.
O embargo foi decretado em fevereiro de 1962 e ampliado pela
Lei Helms-Burton, de 1996. De acordo com o governo cubano, os prejuízos da ilha
são superiores a US$ 100 bilhões.
Somente o Congresso norte-americano pode votar uma reforma
na lei vigente. Para ser aprovada uma mudança, o governo precisa convencer os
republicanos, que hoje são maioria na Câmara e no Senado, a menos de um ano das
eleições presidenciais.
As relações entre Cuba e os EUA estavam suspensas desde 1961
e a manutenção do isolamento era um dos resquícios do período da Guerra Fria,
entre os norte-americanos e a extinta União Soviética.
Desde dezembro, os governos deram passos importantes. O
governo norte-americano retirou Cuba da lista de países que, para os EUA,
contribuem com o terrorismo. Os cubanos também apresentaram relatórios e
mostraram que estão em processo de abertura e que querem garantir "maior
espaço" para a oposição.
Analistas entrevistados pela imprensa
norte-americana dizem que uma das hipóteses citadas pelos especialistas é um
eventual encontro entre Kerry e dissidentes cubanos, mas caso isso aconteça, a
agenda deveria oc
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