Autor: Carlos Eduardo
Segundo juristas procurados pelo Cafezinho, a votação do TSE
vai demorar mais de um ano para abrir um processo contra a Dilma e ela ainda
terá tempo e possibilidade de recorrer da decisão no STF. Ou seja, o golpe via
TSE também começa a morrer. A melhor coisa para a oposição é se preparar para o
embate eleitoral em 2018 e tentar vencer pelas urnas, ao invés de insistir no
tapetão judicial.
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Toffoli pede opinião de PT e PSDB sobre Gilmar ser relator
de ação contra Dilma
No Jornal GGN
O presidente do Tribunal Superior Eleitora, ministro Dias
Toffoli, assinou um despacho, nesta quinta-feira (15), solicitando que as
partes envolvidas na tramitação da AIME (ação de impugnação de mandato eletivo)
se manifestem sobre a questão de ordem que discute o novo relator do caso. A
AIME objetiva a cassação da presidente Dilma Rousseff (PT) e do vice, Michel
Temer (PMDB), por abuso de poder econômico.
Na sessão do última dia 6, a maioria do TSE votou a favor do
prosseguimento da AIME, que foi apresentada pelo PSDB após a reeleição de
Dilma. Os tucanos alegam que a campanha petista desequilibrou a disputa
eleitoral a partir do momento em que foi beneficiada pelo esquema de pagamento
de propina com recursos da Petrobras, investigado pela Operação Lava Jato.
A então relatora da AIME, ministra Maria Thereza de Assis
Moura, opinou pelo arquivamento do pedido, apontando que as acusações do PSDB
eram vagas, sem provas, e anteriores às delações premiadas da Lava Jato que
implicaram a campanha de Dilma - caso do depoimento do empresário Ricardo
Pessoa, da UTC, que disse ter transferido mais de R$ 7 milhões para a reeleição
da presidente por temer que seus negócios com a estatal de petróleo fossem
prejudicados.
Segundo o despacho de Toffoli (leia aqui), ao abrir mão de
relatoria, Maria Thereza indicou que o ministro Gilmar Mendes deveria não só
prosseguir na instrução da AIME, como acolher, também, outras três ações do
PSDB contra a vitória de Dilma.
"A ministra Maria Thereza de Assis Moura suscitou
questão de ordem no sentido de que o ministro Gilmar Mendes deveria prosseguir
na regular instrução na AIME e que a alteração da relatoria atrairia, também, a
prevenção decorrente de conexão ou continência entre esta ação e outros
processos que tramitam perante esta Corte", diz o despacho.
Toffoli deu o prazo de três dias para que a defesa da
campanha petista e o PSDB se manifestem sobre a questão de ordem. No último
final de semana, em passagem pelos Estados Unidos, ele disse que caberia à
presidência do TSE decidir sobre a relatoria. Desde que o Tribunal aceitou
fazer uma investigação contra a campanha de Dilma, a imprensa tem aventado que
Gilmar deveria herdar a relatoria por ter sido o primeiro ministro a votar
sobre o assunto.
Uso da Lava Jato
O novo relator ditará o ritmo da tramitação da AIME, além
dos recursos que serão utilizados para questionar a chapa Dilma-Temer. Gilmar
já deu sinais de que é favorável a usar as informações colhidas pela Lava Jato
para descobrir se o caixa da campanha petista foi contaminado por dinheiro
supostamente desviado do esquema na Petrobras.
Para o advogado e especialista em Direito Eleitoral, Alberto
Rollo, o TSE deve levar ao menos um ano para ter uma denúncia formulada contra
Dilma. Mesmo que o julgamento se dê com celeridade, a petista terá a
prerrogativa de recorrer ao Supremo Tribunal Federal que, por sua vez, deve
conceder uma liminar para que a ela continue governando o País até que a
questão seja esgotada.
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