sábado, 31 de outubro de 2015

Movimentos ocupam a Paulista contra retrocesso e pedem: Fora Cunha!

 

Mulheres, ativistas LGBT, estudantes e trabalhadores ocuparam a Avenida Paulista nesta sexta-feira (30) para protestar contra o projeto de lei (PL 5.069/13) transforma em crime contra a vida o anúncio de meios, substância, processo ou objetos abortivos.


  
A manifestação, que fechou os dois lados da Paulista, também reivindica a saída do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), autor da proposta, que é investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por envolvimento num esquema em que teria recebido US$ 5 milhões de corrupção na Petrobras. O valor é o mesmo que o Ministério Público da Suíça denunciou à Justiça brasileira que estavam depositados em contas secretas no país, em nome do presidente da Câmara. Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o esquema, Cunha negou que tivesse contas na Suíça. Em sua denúncia, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pede que ele devolva US$ 80 milhões.

O texto do PL, aprovado no dia 21 na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por 37 votos a 14, ainda criminaliza e cria penalidades para quem induz, instiga ou auxilia um aborto. a proposta também prevê que a mulher precisará fazer o procedimento policial, antes do atendimento médico.

Os organizadores informam que serão organizados atos em todo o país. Nesta semana aconteceu ato no Rio de Janeiro em que cerca de 2 mil pessoas participaram de protesto. As ativistas saíram em passeata da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, onde haviam acompanhado a votação do relatório final da CPI sobre o aborto no estado, classificado por elas como “um retrocesso”. De lá caminharam até a Cinelândia e, no caminho, pararam em frente ao escritório político de Eduardo Cunha, no Largo da Carioca, e, com faixas e cartazes, protestaram contra o projeto.

“Este ato é contra o PL 5.069, que burocratiza o processo, pois, em vez de a pessoa ir receber tratamento médico, ela primeiro tem que fazer um boletim de ocorrência. Isso é uma crueldade com a vítima, que está fragilizada e precisa de amparo. A maioria das pessoas não concorda com o tipo de postura que ele (Cunha) tem, não só em relação aos desvios (de dinheiro) e à conta na Suíça, mas quanto à atitude dele, que é muito retrógrada”, disse a estudante de história Luisa Lima de Moraes.

Outro ato será realizado neste sábado (31), no mesmo horário, no vão livre do Masp, em São Paulo, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, a Praça da Bandeira, em Joinville, a Rodoviária do Plano Piloto, em Brasília, e a Praça do Campo Grande, em Salvador.

No dia 7 de novembro será a vez de Curitiba – Avenida Luiz Xavier – e de Porto Alegre – Parque Farroupilha – expressarem sua oposição ao projeto de Cunha.

Uma outra mobilização de caráter nacional está sendo preparada para 13 de novembro, juntamente com o ato da Frente Brasil Popular. “Se queremos tirar Eduardo Cunha do Congresso, temos que ir para as ruas. No dia 13, o Brasil vai gritar 'Fora Cunha'. Se os deputados não têm coragem de enfrentar o Cunha, nós temos”, afirma a convocatória do ato nas redes sociais.




Do Portal Vermelho, com informações de agências

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