Dudu Morais compartilhou o seguinte verso:
Quando a Lua aparece, o céu se enfeita
E à procura do lixo os cães circulam,
Procissões de menores perambulam
Pelos becos de alguma rua estreita.
São os filhos que a Pátria-Mãe rejeita,
Os herdeiros do nada, órfãos de pais,
Fotocópias da terra, onde os chacais
Tão matando o futuro soterrado,
A ganância dos ricos tem gerado
Quem for rico, reflita, pare, olhe!...
Diminua seu lucro, não cobice,
Não rejeite o menor, que Jesus disse:
‘Quem acolhe a criança, a mim acolhe.’
Dê cobertas pra que ela não se molhe
Ao dormir nas sarjetas, nas centrais,
Se despoje dos bens materiais,
Cruze as portas do céu menos pesado,
A ganância dos ricos tem gerado
Batalhões de futuros marginais.
Nesta marcha terrível em que vamos,
Daqui mais uma década até antes,
Estaremos cercados de assaltantes,
Convertidos no monstro que criamos.
Tentaremos sair de onde entramos,
Mas aí já será tarde demais,
Com remorso olharemos para trás
Com vergonha do bem desperdiçado,
A ganância dos ricos tem gerado
Batalhões de futuros marginais.
Zé Luiz de Mossoró/RN (poeta e
advogado)
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