O golpe é condenado pelas ruas e pela pesquisa de opinião
O 1º de Maio, comemorado neste domingo, foi mais um dia de luta. Em comparação com os anos anteriores, este ano a marca principal foi a defesa da democracia e o repúdio ao golpe. Disposição demonstrada em inúmeras manifestações que ocorreram nas cidades brasileiras, como o ato do Vale do Anhangabaú, em São Paulo, com a participação de uma presidenta Dilma Rousseff estimulada para a luta. “Vou resistir e lutar até o fim”, disse ela. E denunciou novamente o objetivo dos golpistas: pôr fim ao projeto político que incluiu milhões de brasileiros e melhorou a renda e o emprego.
Parcela expressiva da população brasileira tem rejeitado diuturnamente o golpe e os golpistas. São inúmeros os atos realizados país afora, desde o início deste processo para golpear, sob disfarce legal, o mandato de uma presidenta que não cometeu crime de responsabilidade
Neste final de semana, o instituto Vox Populi divulgou dados de uma pesquisa (feita em 27 e 28 de abril) capazes de medir a extensão desta rejeição. E ela é grande!
A maioria das pessoas ouvidas – 61% – pensa que, em caso de impeachment, a melhor alternativa será o respeito à soberania popular com novas eleições para presidente, ainda este ano. Os demais se dividem entre aqueles que preferem a permanência de Dilma na Presidência da República (21%) e os que pensam que Michel Temer deve assumir o cargo (exíguos 11%). Isto é, a quantidade de entrevistados pró Dilma é quase o dobro dos que defendem a posse do vice.
A comparação entre o governo de Dilma Rousseff e um eventual governo Temer não favorece o usurpador sem votos. Para 32% o Brasil vai ficar pior, enquanto 25% acham que pode melhorar – isto é, sete pontos percentuais a menos do que daqueles que manifestam pela legalidade e pela manutenção do mandato de Dilma Rousseff.
Em relação, por exemplo, às perdas nos direitos trabalhistas, 32% estão certos de que acontecerão, contra apenas 21% (onze pontos percentuais a menos) que pensam o contrário.
A pesquisa revela uma compreensão popular que tem base na experiência histórica concreta dos brasileiros. Qualquer governo que trabalhe em benefício de todos os brasileiros, e não somente para os interesses particulares e mesquinhos da classe dominante, se transforma em alvo de golpes antidemocráticos para destruí-los. Foi assim com Getúlio Vargas, na década de 1950; com João Goulart, na década seguinte; tem sido assim, em nosso tempo, com os governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. A direita reacionária nunca aceitou políticas de distribuição de renda (mesmo que relativas), valorização do trabalho, defesa da soberania nacional e ampliação da democracia. E patrocinou golpes contra os governos que procuravam implementar políticas semelhantes.
É o que ocorre hoje, como muitos brasileiros vão percebendo. Chama a atenção nos resultados da pesquisa divulgada sábado (30) a profunda oposição que um eventual governo nascido do golpe midiático-judicial em andamento terá que enfrentar.
O Brasil não aceitará um presidente da República usurpador e sem votos, e a insatisfação social vai crescer, aumentando a instabilidade política numa resposta justa, de luta, contra o mandato ilegítimo, alcançado no tapetão. Não vai ter golpe, vai ter luta!
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