REFLEXÃO
DA SEMANA Nº 64
Por
Dedé Rodrigues
Primeiro
do que tudo “fora Temer”. O ateniense Sólon que viveu há 2.500 anos
antes de cristo, disse certa vez que “Leis são como teias de aranha, boas para
pegar mosquitos, mas os insetos grandes rompem a sua trama e
escapam”. Desde a democracia grega, período escravista, no qual o
escravo, a mulher e o estrangeiro não eram considerados cidadãos,
não tinham o direito de participar da política, até o capitalismo, cujo sistema o mercado e o
capital são quem mandam, essa máxima de Sólon ainda é uma realidade. Mesmo
assim, percebe-se que quanto mais a democracia e a luta do povo avançam, parte
dos “insetos grandes” podem ser pegos pela justiça. No Brasil, mesmo com
alguns avanços nos governos Lula e Dilma em relação a Grécia
Antiga, a situação descrita por Sólon ainda é uma realidade, os presídios estão
cheios de "mosquitos" e muitos "insetos grandes" envolvidos em crimes de
corrupção ou em outras violências ainda estão soltos.
Fernando
Rodrigues escreveu
em seu Blog recentemente, pegando informações dos repórteres
do UOL André Shalders e Guilherme Moraes, que no Brasil
tem 622.202 presos e houve um aumento de 167% em 14 anos.
Segundo
o jurista Rafael Damasceno, “A
sociedade não pode esquecer que 95% do contingente carcerário, ou seja, a sua
esmagadora maioria, é oriunda da classe dos excluídos sociais, pobres,
desempregados e analfabetos, que, de certa forma, na maioria das vezes, foram
“empurrados” ao crime por não terem tido melhores oportunidades sociais”. Estes
são os nossos “mosquitos”descritos por Sólon.
Conforme ainda informações de Fernando Rodrigues, “menos de 1% dos
presos brasileiros estão atrás das grades por crimes relacionados à corrupção,
segundo o estudo do Ministério da Justiça.Isso mostra que há um
superdimensionamento dos fatos políticos, dados pela grande mídia, justiça e
polícia federal, partidarizadas, em relação a corrupção nos últimos 13 anos de
governos populares. A perseguição fica comprovada quando vemos que só o ex:
presidente Lula foi capa da Veja 892 vezes, durante 30 anos. Superdimensionaram
por anos um escândalo chamado de mensalão para prender petistas, como se fossem
“mosquitos grandes”, para dar a impressão que havia combate a corrupção
no Brasil.
Outra prova da seletividade da justiça está na invenção de crimes
relacionados a Lula e nos áudios gravados recentemente. Nada se provou contra
ele. Inventaram também um crime chamado de pedaladas fiscais para tirar uma
presidenta honesta sem crime de responsabilidade. Até um “inseto grande”
foi preso, chamado Delcídeo Amaral, mas por que deu o azar de sair do PSDB e se filiar ao PT. As provas estão nos áudios
dos insetos grandes, Jucá, Renan, Sarney, gravados recentemente, que
cometeram crime tão grande, ou maior do que o de Delcídeo, mas continuam
soltos. Romperam a trama da “rede da justiça”, como disse Sólon.
E o que dizer do grande inseto Eduardo Cunha que é réu no Supremo,
acusado de muitos crimes e, ainda está solto? Embora ele tenha a
cassação autorizada pelo conselho de ética da Câmara, já rompeu a “rede da
justiça” centenas de vezes! Não seria surpresa a Câmara absorvê-lo depois da
farsa de combate a corrupção que assistimos no Brasil até o presente.
Meus amigos e amigas. O tempo e história vão comprovando que a
violência, os crimes variados, inclusive o da corrupção, foram criados e
alimentados pelos sistemas de exploração do homem pelo homem e o capitalismo
não foge a essa regra. Com o tempo os trabalhadores, “os mosquitos”, vão
tomando consciência de classe e aprendendo que os “insetos grandes” só serão
pegos se eles se unirem e lutarem contra a exploração, a violência e a
corrupção. Com o tempo e, os áudios gravados no Brasil por Jucá recentemente,
os trabalhadores vão aprendendo que querem acabar agora com a lava jato
porque ela está chegando até os insetos grandes, até eles. Com o tempo fica
mais claro os objetivos do golpe contra Dilma: além de acabar com a lava jato, por tabela querem
acabar também com os direitos dos trabalhadores. Com o tempo “os mosquitos”
descobrem que juntos podem vencer os “insetos grandes” e levá-los para traz das
grades. Quem sabe, com a volta de Dilma poderemos ter um plebiscito para nova
eleição para presidente e uma reforma política que acabe com o financiamento empresarial
de campanhas para combater de fato a corrupção nesse país? Para fim de conversa
e dar um passo adiante nessa luta contra a impunidade vamos gritar fora
Temer! Fora Temer! até derrubá-lo. A luta continua!
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